18.12.08

Nenhuma surpresa. Nada mais justo



O Prêmio Brasil Olímpico 2008 foi entregue nesta terça-feira, no Rio de Janeiro. Nenhuma surpresa entre os grandes vencedores da noite: o nadador César Cielo Filho e a saltadora Maurren Higa Maggi ganharam os prêmios de Atletas do Ano. Nada mais justo, visto que foram os grandes destaques do país nas Olimpíadas de Pequim.

Cielo superou todas as dificuldades que um nadador costuma sofrer no Brasil. Por causa dessas dificuldades, ele foi à luta. Foi ao exterior estudar e competir, com os próprios esforços e os de sua família. A persistência foi premiada com a primeira medalha de ouro olímpica da história da natação brasileira, nos 50 metros livre, com direito a recorde olímpico. Concorreu ao prêmio de melhor atleta masculino de 2008 com o ginasta Diego Hypolito (recentemente tricampeão do solo na Copa do Mundo de Ginástica) e o iatista Robert Scheidt (vice-campeão olímpico da classe Star, juntamente com Bruno Prada).

Já a luta de Maurren foi mais árdua. Depois de cumprir pena de dois anos por doping, voltou a competir em 2005. Os resultados logo surgiram, passando pelo bicampeonato pan-americano em 2007. Mas o apogeu surgiu em Pequim, com o ouro olímpico no salto em distância. Tornou-se a primeira atleta brasileira a ganhar um ouro olímpico individualmente. Concorreu ao prêmio de melhor atleta feminina do ano com a judoca Ketleyn Quadros (a primeira atleta brasileira medalhista olímpica individual, ganhando o bronze pouco mais de uma semana antes de Maurren conquistar o ouro) e a lutadora de taekwondo Natália Falavigna (que também conquistou o bronze).

A premiação encerrou o ciclo olímpico no Brasil, e coroou o grande ano destes dois grandes atletas.

16.12.08

Uma nova esperança para o basquete brasileiro



Surgiu uma nova esperança para o basquetebol brasileiro, em crise no masculino, que não consegue disputar Olimpíadas desde 2000 e só faz dar vexames em Mundiais. Foi lançada nesta segunda-feira, em São Paulo, a Liga Nacional de Basquete, que pretende revitalizar a modalidade no Brasil.

É a segunda tentativa de reerguer o esporte em território nacional - a primeira foi há três anos, quando o ex-jogador Oscar Schmidt, o maior cestinha de todos os tempos, criou juntamente com Hortência e Paula a NLB (Nossa Liga de Basquetebol), que sucumbiu aos conflitos com a CBB e seu presidente, Gerasime Bozikis. Mas, agora, a necessidade de crescer, depois de anos de campanhas pífias da seleção nacional, parece ter convencido o dirigente máximo da modalidade, que deu aos clubes o poder de organizar uma competição no Brasil.

A nova competição, batizada NBB (Novo Basquete Brasil), será disputada por 15 dos 19 fundadores da Liga: Araraquara, Assis, Bauru, Brasília, Flamengo (atual campeão nacional), Franca, Joinville, Lajeado, Limeira, Minas Tênis, Paulistano, Pinheiros, Saldanha da Gama, São José e Vila Velha. Na primeira fase, os 15 times se enfrentarão, em turno e returno, todos contra todos. Os oito primeiros se classificarão às quartas-de-final.

É uma bela iniciativa, mas ainda pode melhorar. Dentro de alguns anos, vários clubes irão querer participar - nada mais justo que uma segunda divisão ser criada para o basquete, muito embora o presidente da LNB, Kouros Monadjemi, não pense nisso. Seria incentivada, assim, a volta de vários clubes tradicionais que estão parados, como o Vasco da Gama, o Botafogo e o Ribeirão Preto.

De todo modo, que a nova Liga logre sucesso. Afinal de contas, é disso que o nosso tão combalido basquete anda precisando.

6.11.08

Eleição de Obama, a mais nova arma de Chicago para 2016



A histórica eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos constituiu um problema... para a candidatura do Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas de 2016. Para as de Madri e Tóquio, também. Afinal, o carisma do presidente eleito norte-americano é uma arma a mais para a candidatura da cidade que é o grande reduto eleitoral de Obama - ele é senador exatamente pelo estado de Illinois, onde Chicago se situa.

Talvez se John McCain, candidato republicano, tivesse sido eleito presidente, as coisas tivessem ficado mais complicadas para a favorita candidatura da cidade norte-americana. O senador por Arizona foi um dos principais investigadores das denúncias de corrupção que atingiram a escolha de Salt Lake City como sede das Olimpíadas de Inverno de 2002. Desde então, dizem, ele não é bem visto no Comitê Olímpico Internacional.

Com a eleição do democrata, a situação de Rio, Madri e Tóquio ficou bem mais complicada.

28.9.08

Vôlei masculino: O início da renovação tropeça numa velha sina



Após o vice-campeonato olímpico em Pequim e a despedida de uma das vitoriosas gerações da história esportiva brasileira, o treinador Bernardo Rezende começou o período de renovação da seleção brasileira masculina de vôlei, visando a disputa do Mundial de 2010, na Itália, e das Olimpíadas de 2012, em Londres. O primeiro passo foi a disputa da Copa América, em Cuiabá. Para uma equipe renovada (apenas alguns jogadores que jogaram em Pequim disputaram a competição), foi uma participação honrosa. Mas o início do período de renovação tropeçou numa velha sina que incomoda o voleibol brasileiro.

A edição de Cuiabá foi a sétima da Copa América de Voleibol, que é disputada desde 1998 - a quarta realizada (terceira seguida) no Brasil, o país que mais sediou a competição. O Brasil é o maior campeão da Copa América, com três títulos conquistados. Só que nenhum deles foi em território brasileiro (1998, em Mar del Plata, Argentina; 1999, em Tampa, Estados Unidos; 2001, em Buenos Aires, Argentina). Para falar a verdade, a seleção brasileira foi vice-campeã de todas as edições da Copa América disputadas em seu próprio território (perdendo para Cuba em 2000, em São Bernardo do Campo; e para os Estados Unidos em 2005, em São Leopoldo, e em 2007, em Manaus). Neste ano, não foi diferente. Na capital matogrossense, o Brasil lutou, mas não resistiu ao maior volume de jogo e maior experiência da seleção cubana, que venceu por 3 a 2 (26/24, 19/25, 27/25, 16/25 e 15/9).

Mais uma vez, o Brasil comprova a sina de não ser campeão jogando em casa, em qualquer competição (sem contar Sul-Americanos de Seleções, nos últimos 15 anos o Brasil conseguiu conquistar apenas dois títulos oficiais em casa: a Liga Mundial de 1993, em São Paulo, e os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio).

17.9.08

Nossa maior Paraolimpíada


Confirmando o crescimento brasileiro no paradesporto, o Brasil realizou, na edição que se encerrou nesta quarta-feira em Pequim, sua melhor participação na história dos Jogos Paraolímpicos. Com as duas medalhas ganhas no último dia de competições (a prata de Tito Sena na maratona/T46 - para amputados - e o ouro no futebol de cinco, para deficientes visuais, graças à vitória por 2 a 1, de virada, sobre os anfitriões chineses), chegamos à fantástica marca de 16 medalhas de ouro, 14 de prata e 17 de bronze, 47 medalhas no total. O Brasil acabou em nono lugar na classificação final do quadro de medalhas (a China, que já tinha sido a primeira colocada em 2004, terminou em primeiro lugar também neste ano, com 211 medalhas - 89 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze).
 
Agora, é pensar em Londres. A 14ª edição dos Jogos Paraolímpicos será disputada na capital britânica, de 29 de agosto a 9 de setembro de 2012. Os britânicos parecem estar se preparando bem: em Pequim, terminaram em segundo lugar no quadro de medalhas, embora tenham conquistado menos da metade dos ouros (42) dos chineses.
 
Mas o Brasil também quer fazer bonito em terras inglesas daqui a quatro anos, mesmo que não tenham o apoio que merecem. Darão mais uma mostra da superação dos limites, que já ocorrem no dia-a-dia. E, mais uma vez, nos encherão de orgulho, mesmo que não subam no lugar mais alto do pódio.

16.9.08

Imagine se tivessem apoio...



Na próxima quinta-feira, se encerrará a 13ª edição dos Jogos Paraolímpicos. Mesmo com o brilhante desempenho de nossos atletas, que bateram o recorde de medalhas conquistadas numa única edição (até o momento, foram ganhas por paratletas brasileiros 41 medalhas, 13 delas de ouro, o que dá ao país a 11ª posição no quadro geral), é o caso de perguntarmos por que os atletas paraolímpicos do Brasil não vêm recebendo a atenção devida, ainda que, aos poucos, alguns deles venham tendo seu valor reconhecido.
 
Salvo a cerimônia de abertura da edição deste ano, o evento jamais foi transmitido em sinal aberto pela TV brasileira. Mas mudanças benéficas começam a dar maior destaque aos paratletas. Uma maior cobertura jornalística vem sendo notado pelos que acompanham nossos meios de comunicação nas últimas edições. Ainda assim, é pouco. As transmissões ao vivo dos eventos esportivos ficaram restritas às emissoras de TV por assinatura. A cobertura do paradesporto carece de uma maior atenção das emissoras abertas. A esperança é que isso ocorra nas próximas edições.

10.9.08

O melhor dia do Brasil nas Paraolimpíadas



Esta terça-feira foi um dia sensacional para o esporte brasileiro nas Paraolimpíadas de Pequim. O país ganhou mais dez medalhas - metade delas de ouro - e pulou para a quinta posição no quadro geral de medalhas.
 
A natação continua brilhando, com mais dois ouros (André Brasil, nos 100 metros livre/S10, com o novo recorde mundial de 51"38 - outro brasileiro, Phelipe Rodrigues, ficou com a prata; e Daniel Dias, nos 200 metros livre/S5, com o novo recorde mundial de 2'32"32).
 
No atletismo, as primeiras medalhas para o Brasil: Lucas Prado ganhou o ouro (e estabeleceu o recorde mundial de 11"03) nos 100 metros rasos/T11; no feminino, também nos 100 metros rasos/T11, Terezinha Guilhermino e Ádria dos Santos ganharam prata e bronze, respectivamente (o ouro ficou com a chinesa Wu Chunmiao, que estabeleceu o novo recorde paraolímpico de 12"31).
 
No judô, na categoria até 100 quilos, Antônio Tenório foi o primeiro judoca a se sagrar tetracampeão paraolímpico ao derrotar o azerbaijano Karim Sardarov por ippon. No feminino, na categoria acima de 70 quilos, Deanne Silva ficou com a prata.
 
Mas a grata surpresa foi na bocha, esporte em que o país não tem muita tradição. De cara, o Brasil ganhou duas medalhas, na categoria BC4: Dirceu Pinto ganhou o ouro e Eliseu Santos ficou com o bronze.

8.9.08

A natação do Brasil cumpre seu papel paraolímpico



Depois de dois dias de competição nas Paraolimpíadas de Pequim, a natação brasileira começa a mostrar seu papel, apesar da reclassificação de Clodoaldo Silva, que diminuiu muito suas chances de medalha.
 
Com isso, o grande nome da natação paraolímpica brasileira no Cubo d'Água está sendo o de Daniel Dias. O nadador ganhou duas das três medalhas de ouro que a modalidade deu ao Brasil (50 metros costas e 100 metros livre na categoria S5), em ambas as oportunidades batendo o recorde mundial.
 
O outro ouro foi conquistado por André Brasil, nos 100 metros borboleta na categoria S10.

6.9.08

E começou a Paraolimpíada


Em uma cerimônia quase tão boa e emocionante quanto a dos Jogos Olímpicos, começou neste sábado a 13ª edição dos Jogos Paraolímpicos, no Estádio Nacional de Pequim. A expectativa é boa para mais episódios de superação dos atletas de todo o planeta. Mais uma vez, o Brasil levará uma delegação forte, com grandes chances de medalhas.
 
A competição se encerrará no dia 17.

2.9.08

Quem é bom, se vira em qualquer situação



Nossos atletas paraolímpicos são conhecidos por estarem entre os melhores do mundo, mesmo sem a fama e o incentivo dos atletas olímpicos. Muitos deles são recordistas mundiais e paraolímpicos em modalidades como atletismo e natação, motivo de orgulho para quem gosta de acompanhar o esporte e sente prazer em ver gente superar todo tipo de limites. Um desses destaques, com grandes campanhas em competições nos últimos anos, é o nadador Clodoaldo Silva, uma grande esperança de medalha nas Paraolimpíadas de Pequim, que começam no próximo sábado. Mas sua participação está seriamente ameaçada. Pior: por ele mesmo.
 
Ele foi notificado pelo CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), no final de junho, que o IPC (Comitê Paraolímpico Internacional) aceitou protesto de um país, não divulgado, para que o nadador passasse por um processo de reavaliação funcional, o que é comum em atletas paraolímpicos, em vistas a reclassificação de categoria de competição.
 
Segundo a página oficial do CPB, "a classificação é um fator de nivelamento entre os aspectos da capacidade física e funcional, a fim de aproximar o grau de dificuldade entre os competidores com diferentes deficiências. Cada modalidade determina seu próprio sistema de classificação, baseado em aspectos funcionais. O atleta é submetido a uma avaliação por uma equipe de classificadores, que, através de testes de força muscular, mobilidade articular, testes funcionais (realizados dentro da água) e análise de resíduo muscular; determina a classe esportiva do atleta." Clodoaldo costuma competir na classe S4. Dependendo dos testes, ele pode ser conduzido à classe S5, teoricamente mais difícil (um dos favoritos nesta classe é outro nadador brasileiro, Daniel Dias). Revoltado com o protesto, o nadador ameaça não se apresentar para fazer o teste, nesta terça-feira, em Pequim - o que causaria sua exclusão dos Jogos.
 
Pode-se protestar contra um fato corriqueiro no paradesporto, o que está dentro do direito de cada um, mas o fato é que todo aquele que é bom, se vira em qualquer situação. Pensamos que, mesmo num estágio mais difícil, Clodoaldo Silva terá totais condições de sair vitorioso nesta Paraolimpíada. Esses fatos deveriam servir-lhe de estímulo para vencer, mas a recusa do nadador em aceitar os fatos pode prejudicar seriamente sua carreira.

31.8.08

Todos os limites serão quebrados!



No próximo sábado, no Estádio Nacional de Pequim, será realizada a cerimônia de abertura da 13ª edição dos Jogos Paraolímpicos. Mais uma oportunidade que temos para prestigiarmos os atletas que superam todo tipo de adversidade para serem vencedores.
 
Serão cerca de 4.200 atletas de 148 países, competindo em 20 modalidades paradesportivas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cinco, futebol de sete, golbol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, natação, remo (estreante nestes Jogos), rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo e vôlei sentado.
 
O Brasil estará presente com grandes atletas campeões e recordistas mundiais e paraolímpicos, como o nadador Clodoaldo Silva e as velocistas Ádria dos Santos e Teresinha Guilhermino, além de gratas surpresas como os atletas que foram sensação no Parapan do ano passado, no Rio. Eles certamente manterão a tradição brasileira em Paraolimpíadas. E ficaremos todos na torcida.

26.8.08

Participação do Brasil: Não foi um desastre, mas poderia ser melhor



Dois dias depois do final das Olimpíadas de Pequim, vários setores da sociedade criticam o que consideram um retrocesso na participação brasileira na maior competição esportiva mundial. De fato, houve um recuo no número de medalhas de ouro em relação aos Jogos de Atenas, em que nossos atletas subiram ao lugar mais alto do pódio, duas a mais. Na verdade, não houve uma resposta satisfatória ao alto investimento do governo e do COB nos atletas do Brasil, para os Jogos de Pequim.

Mesmo assim, há quem diga que houve um saldo positivo. O COB afirma que Pequim marcou a melhor participação brasileira em Jogos Olímpicos, o que é considerado longe da realidade. De todo modo, não há aquela sensação de impotência que atingia nossos atletas até bem pouco tempo atrás: sem contar o fiasco nos Jogos de Sydney, em 2000, quando nenhuma medalha de ouro foi ganha pelo Brasil, desde 1992 nossos atletas ganham mais de uma medalha de ouro em cada Olimpíada.

O fato, porém, dados os investimentos estatais, é que a participação brasileira poderia ter sido melhor em Pequim. Faltou um maior preparo psicológico a vários atletas de ponta, o que impediu que várias medalhas, que eram dadas como certas antes dos Jogos, fossem conquistadas. O próprio COB admitiu o problema, tanto que pretende prestar atenção nesse fato nos próximos anos. A esperança é que ocorra a mesma coisa que aconteceu nos dias seguintes ao encerramento dos Jogos de Sydney: que nossos dirigentes tomem consciência de que cada detalhe no trabalho é fundamental para alcançar o sucesso.

Cabe também incentivar o trabalho de base, com a educação física nas escolas. Mas o esporte é apenas um instrumento de melhoria da sociedade, não o canal principal. Acima da formação de atletas, que sejam formados cidadãos de bem. Afinal, é disso que o nosso país anda precisando.

25.8.08

Que venha Londres!



As Olimpíadas de Pequim se foram neste domingo, e já deixam saudades nos amantes do esporte em todo o mundo. Mas vem mais por aí: em setembro, serão realizadas as Paraolimpíadas de Pequim. É o primeiro estágio de espera para a próxima edição da maior festa do esporte mundial: as Olimpíadas de Londres, a serem realizadas de 27 de julho a 12 de agosto de 2012.

Alguns grandes eventos esportivos que serão realizados no ciclo olímpico que se inicia:

  • 2009: Jogos do Mediterrâneo, de 26 de junho a 5 de julho (Pescara, Itália); Jogos da Lusofonia, de 11 a 19 de julho (Lisboa, Portugal)
  • 2010: Jogos Olímpicos de Inverno, de 12 a 28 de fevereiro (Vancouver, Canadá); Jogos Centro-Americanos e do Caribe, de 17 de julho a 1º de agosto (Mayagüez, Porto Rico); Jogos da Comunidade Britânica, de 3 a 14 de outubro (Nova Délhi, Índia); Jogos Asiáticos, de 12 a 27 de novembro (Cantão, China) (também serão realizados neste ano, provavelmente em novembro, os Jogos Sul-Americanos, em Medellín, Colômbia)
  • 2011: Jogos Africanos, de 15 a 27 de julho (Lusaca, Zâmbia); Jogos do Pacífico Sul, em setembro (Noumea, Nova Caledônia); Jogos Pan-Americanos, de 14 a 30 de outubro (Guadalajara, México)

24.8.08

Acabou!



Dezessete dias de emoções se encerram hoje, com o final da 29ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Muitas decisões, claro, marcaram o último dia de competições.

  • A mais tradicional prova do atletismo teve, pela primeira vez, um queniano como vencedor em uma Olimpíada. Samuel Wansiru conquistou o ouro na maratona, batendo o recorde olímpico da prova, com 2:06'32". A prata ficou com o marroquino Jaouab Gharib, e o bronze com o etíope Tsegay Kedebe. Dos três brasileiros que competiram, apenas um terminou a prova: José Teles de Souza, em 38º lugar.
  • Bem que o Brasil tentou, mas o tri olímpico masculino de vôlei ficou mesmo com os Estados Unidos, que dominaram a partida e venceram com sobras, por 3 a 1 (20/25, 25/22, 25/21 e 25/23). O resultado consagrou a grande fase do voleibol norte-americano (campeão da Liga Mundial deste ano), ganhador de três ouros e uma prata, na quadra e na praia. O vôlei brasileiro tem essa geração vitoriosa encerrada e passará por um período de renovação, visando os Jogos de Londres, em 2012.
  • Num jogo memorável, os Estados Unidos recuperaram o título masculino de basquete ao derrotar a Espanha por 118 a 107. O bronze ficou com a Argentina, que venceu a Lituânia por 87 a 75.
  • Na última decisão dos Jogos, a França venceu a Islândia por 28 a 23 e ficou com a inédita medalha de ouro no handebol masculino.

23.8.08

...e o ouro da redenção



Quatro anos depois da tempestade, a bonança. A seleção feminina de vôlei fez história ao conquistar o ouro olímpico, depois de derrotar os Estados Unidos por 3 a 1 (25/15, 18/25, 25/13 e 25/21), com uma campanha arrasadora e inquestionável - na final, as brasileiras perderam seu único set em todo o torneio.

O título coroa a superação das nossas meninas, que comeram o pão que o diabo amassou durante esse tempo todo, principalmente depois da derrota para a Rússia nas semifinais de 2004, em que perdeu o jogo por 3 a 2, depois de desperdiçar vários match-points ainda no quarto set. Nesse ciclo olímpico, a seleção ainda perdeu por 3 a 2 as finais do Mundial de 2006 (para as próprias russas, na sua única derrota na competição) e do Pan de 2007 (para a eterna rival Cuba, que nesta Olimpíada nem subiu ao pódio - o bronze ficou com a anfitriã China).

Esta Olimpíada marcou a força de nossas mulheres: no taekwondo, Natália Falavigna ganhou o bronze na categoria acima de 67 quilos.

22.8.08

O ouro da superação



Esta sexta-feira foi, sem dúvida, o melhor dia para o Brasil nestas Olimpíadas de Pequim. Mesmo sem ter começado bem, com a derrota, no vôlei de praia, da dupla Márcio/Fábio Luiz para os norte-americanos Dalhausser/Rogers por 2 a 1 (23/21, 17/21 e 15/4), e a conseqüente medalha de prata (o bronze ficou com outra dupla brasileira, Emanuel/Ricardo, que derrotou Renato "Geor"/Jorge "Gia", da Geórgia, por 2 a 0, parciais de 21/15 e 21/10).

Na quadra, o vôlei brasileiro se classificou a sua segunda final seguida, a quarta na história olímpica: derrotou a Itália, de virada, por 3 a 1 (19/25, 25/18, 25/21 e 25/22), e enfrentará na decisão a seleção dos Estados Unidos, única invicta até o momento e que se revela uma pedra no sapato do vôlei do Brasil.

No futebol, a Seleção de Dunga se redimiu em parte da vexaminosa derrota para a Argentina nas semifinais: goleou a Bélgica por 3 a 0, em Xangai, e ficou com a medalha de bronze.

Mas foi no Estádio Nacional de Pequim, onde são disputadas as provas de atletismo, que o Brasil mostrou seus melhores resultados. Nas duas provas do revezamento 4x100 metros, as equipes masculina e feminina do Brasil coneguiram dois quartos lugares. Colocação honrosa, levando-se em consideração que o nosso atletismo de velocidade está apenas engatinhando no feminino, e o masculino vive um período de renovação. Continuando um trabalho sério, vislumbra-se um grande futuro.

Mas o melhor do dia (e um dos melhores momentos do atletismo nacional em todos os tempos) foi o ouro de Maurren Higa Maggi no salto em distância, com 7,04 metros (apenas um centímetro à frente da segunda colocada, a russa Tatyana Lebedeva - a nigeriana Blessing Okagbare ficou com o bronze). O resultado histórico coroa o esforço da saltadora, que chegou a se aposentar do esporte em 2005, depois de cumprir suspensão por doping, que até hoje ela considera injusta. A decisão de voltar valeu a pena: Maurren Higa Maggi se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica de forma individual, depois de 76 anos de participação feminina brasileira em Jogos Olímpicos.

Curiosidade: Nélio Moura, treinador de Maurren, também treina o panamenho Irving Saladino, campeão olímpico masculino do salto em distância. Talvez ele seja o primeiro treinador da história olímpica a ter seus atletas campeões, numa mesma modalidade, tanto no masculino quanto no feminino...

21.8.08

Que pena, meninas!



Duas medalhas de prata foram ganhas pelo Brasil nesta quinta-feira. Uma delas teve gosto de festa: a conquistada pelos iatistas Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star, coroando uma grande reação depois de um péssimo começo de campanha. É a quarta medalha olímpica de Scheidt e a primeira de Prada.

A segunda, porém, teve o gosto amargo que afirma que o metal poderia (e deveria) ter sido outro. Mais uma vez, o futebol feminino sucumbe à maior experiência dos Estados Unidos e fica com o vice-campeonato olímpico. Ainda que as brasileiras tenham buscado o gol o tempo todo, as norte-americanas tiveram mais cabeça e melhor condicionamento físico, o que foi decisivo para a vitória por 1 a 0, com um gol no primeiro tempo da prorrogação.

20.8.08

Bolt, o magnífico



Mais uma vez, o velocista jamaicano Usain Bolt surpreende. Nesta quarta-feira, tornou-se o primeiro a ganhar o ouro olímpico nos 100 e 200 metros rasos do atletismo depois de 24 anos (o último tinha sido o norte-americano Carl Lewis, em 1984), e o primeiro da história olímpica a fazê-lo batendo, em ambas as oportunidades, o recorde mundial. Nos 100, estabelecera a marca de 9"69; nos 200, bateu o recorde que durava 12 anos, com Michael Johnson, nos Jogos de Atlanta (19"32): Bolt correu em 19"30.

Agora, a meta de Bolt é levar a Jamaica ao título do revezamento 4x100 metros. Alguém duvida?

18.8.08

Esconder não adianta nada



O clima de velório que tomou conta das arquibancadas do Estádio Nacional de Pequim na manhã deste domingo, quando o corredor Liu Xiang - o grande ídolo do esporte chinês desde que conquistou o ouro nos 110 metros com barreiras nas Olimpíadas de Atenas - não conseguiu chegar à primeira barreira de uma eliminatória devido a uma contusão, mostra como a manipulação de toda uma população em busca da imposição de um mundo perfeito pode levar a conseqüências imprevisíveis.

Há três meses, na mesma época em que perdeu o recorde mundial da prova para o cubano Dayron Robles (que, desde então, tornou-se o grande favorito ao ouro na prova em Pequim), Liu sentiu uma contusão na parte posterior da coxa. O fato foi escondido durante esse tempo todo, presumivelmente porque não havia intenção de alarmar mais de um bilhão de pessoas que tinham a medalha de ouro do atleta como certa.

O fato é que essa frustração coletiva - dizem, comparável a cada chinês ter perdido um parente querido, ou coisa pior - é resultado de uma estratégia massacrante de marketing raramente vista. Imagine conquistar, de forma inesperada, uma medalha de ouro numa Olimpíada num esporte que não tem tradição alguma no seu país. Agora, imagine ter a responsabilidade de defender o título olímpico em sua própria nação, com todo tipo de pressão vindo de patrocinadores, torcedores e (principalmente) do governo. Agora, imagine sofrer uma contusão a poucos meses da disputa olímpica e lutar com todas as forças para poder competir. Na hora do vamos-ver... O corpo o trai diante de um estádio lotado só para vê-lo. Foi o que ocorreu com Liu Xiang no Estádio Nacional de Pequim.

É realmente uma situação difícil, certamente a mais dramática enfrentada por um atleta nesta Olimpíada. Mas foi um choque de realidade para os chineses. Serve para que eles aprendam que esconder os fatos, na maioria das vezes, não adianta nada.

Altos e baixos para as mulheres do Brasil



A segunda-feira começou bem para o esporte brasileiro. Logo de cara, veio a primeira medalha olímpica para o iatismo feminino brasileiro na História: o bronze para Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470. As brasileiras venceram a última regata, acabando em terceiro lugar na classificação final.

Em seguida, o Brasil obteve vitória inédita no futebol feminino: 4 a 1 sobre a Alemanha, bicampeã mundial, com grande atuação de Marta e Cristiane. Na final, que será disputada na quinta-feira, o Brasil voltará a enfrentar os Estados Unidos, que derrotaram o Japão por 4 a 2. As duas equipes têm sede de revanche: o Brasil tem contas a acertar com as norte-americanas por causa da controvertida final de 2004, nos Jogos de Atenas. Já os Estados Unidos querem vingar a goleada de 4 a 0 sofrida para o Brasil, na semifinal do Mundial do ano passado, também na China.

Mas nem tudo foi festa para as mulheres do Brasil: na final do salto com vara, Fabiana Murer foi prejudicada pela organização do evento, que não levou todas as dez varas de salto a que ela tinha direito, como todas as outras finalistas. A saltadora se desconcentrou e, com isso, teve seu desempenho altamente comprometido. Falhou três vezes em uma de suas tentativas, foi eliminada e acabou em nono na classificação final. O ouro foi, mais uma vez, para a russa Yelena Isinbayeva, e com novo recorde mundial: 5,05 metros.

17.8.08

Talento eles têm. Só faltam ter cabeça



Três ginastas brasileiros fizeram finais na ginástica artística, neste domingo. Nenhum deles ganhou um lugar no pódio. Pode-se dizer que os nossos ginastas tiveram méritos em chegar a decisões, visto que o Brasil não tinha tradição alguma nesta modalidade até bem pouco tempo atrás. Porém, ficou um certo gosto amargo neste domingo: a sensação geral é que nosso desempenho poderia ter sido melhor.

Diego Hypolito era um dos favoritos ao ouro no solo masculino. Ele vinha bem em sua apresentação até o seu final, quando se desequilibrou e caiu no chão. Evidentemente, saiu desolado do solo, visto que fazia, até sua queda, uma apresentação irretocável. A falha, porém, foi-lhe fatal: Hypolito acabou em sexto lugar.

Jade Barbosa fez a final do salto, e talvez tenha sido a que tenha se saído melhor, pelo menos do ponto de vista de resultado moral, entre os brasileiros neste domingo: ela nada tinha a perder, por estar com uma fissura em uma das mãos, o que atrapalhava o apoio sobre a mesa durante o salto. Acabou na sétima colocação.

Daiane dos Santos, pela segunda Olimpíada seguida, fez a final feminina do solo. Líder do ranking nacional no aparelho, ela se tornou a grande esperança brasileira de medalha na ginástica por sua experiência, apesar do alto nível da disputa. Fez uma boa série, mas repetindo o erro de Atenas, em 2004, colocou o pé fora do solo. Não uma, mas duas vezes. Acabou, como seu correspondente masculino, na sexta posição.

Os fatos de hoje mostram que nossos ginastas têm potencial, mas falta-lhes trabalhar a parte psicológica. Numa competição importante como são as Olimpíadas, isso é fundamental. Que isso tenha servido de lição, para que tais erros não sejam repetidos no futuro.

16.8.08

O mais veloz do planeta. Agora, mais do que nunca



Na mais nobre prova do esporte mundial, confirmou-se a grande fase do velocista jamaicano Usain Bolt. A final dos 100 metros rasos do atletismo consagrou o recordista mundial, com o novo tempo de 9"69 (o recorde anterior também pertencia a Bolt, com 9"72).

A prova foi tão tranqüila que o velocista se deu o luxo de comemorar a marca pouco antes da linha de chegada - ou seja, o recorde poderia ser ainda maior. A prata ficou com Richard Thompson, de Trinidad e Tobago, com 9"89. O bronze foi ganho pelo norte-americano Walter Dix, que estabeleceu o tempo de 9"91.

O outro grande favorito da prova, o também jamaicano Asafa Powell, acabu apenas na sexta colocação. O atual campeão mundial, o norte-americano Tyson Gay, não conseguiu se classificar para a final.

15.8.08

E isso é apenas o começo...

Um momento histórico para o esporte brasileiro. Assim foi a medalha de ouro conquistada pelo nadador César Cielo Filho nos 50 metros estilo livre, a primeira da natação brasileira na história dos Jogos Olímpicos.

Confirmando o favoritismo que merecia ter, Cielo conquistou o ouro com sobras e todos os méritos, estabelecendo o recorde olímpico de 21"30, apenas dois centésimos acima do recorde mundial, do australiano Eamon Sullivan (que, nesta prova, acabou apenas na sexta colocação). Dois franceses completam o pódio: a prata ficou com Amaury Leveaux (21"45) e o bronze com Alain Bernard (21"49).

E pode ter sido apenas o começo. O nadador, de 21 anos, vinha chamando a atenção de muitos já no Pan do Rio, em 2007, quando ganhou o ouro na mesma prova, com um tempo melhor que o recorde olímpico de então. Muitos especialistas apontavam Cielo como o nadador brasileiro com mais chances de medalha nas Olimpíadas de Pequim, apesar de Thiago Pereira (que costuma concorrer com o fenomenal Michael Phelps, que hoje empatou com Mark Spitz como o nadador com maior número de ouros na natação em uma única Olimpíada) ser mais badalado. Não deu outra.

O desempenho de Cielo dá esperanças de um bom futuro para a natação brasileira. Os Jogos de Londres, em 2012, prometem ser ainda melhores.

14.8.08

Cielo é bronze



O nadador César Cielo Filho conquistou nesta quinta-feira a medalha de bronze nos 100 metros livres, numa prova emocionante no Cubo d'Água de Pequim. O brasileiro empatou com o norte-americano Jason Lezak, com 47"67. O ouro ficou com o francês Alain Bernard (47"21) e a prata com o australiano Eamon Sullivan (47"32).

É a primeira medalha olímpica brasileira na natação em oito anos, e a primeira individual em 12. Desde a era Borges/Scherer, o país não tinha uma geração tão talentosa na natação (Cielo é um dos favoritos nos 50 metros livres, sua especialidade).

Em tempo: Thiago Pereira vai disputar a final dos 200 metros medley. Os favoritos são os norte-americanos Michael Phelps e Ryan Lochte.

13.8.08

Imagem é tudo!


Quando vemos algo que nos encanta, às vezes não é exatamente o que parece. Algo que muitos de nós consideraríamos absurdo é encarado como perfeitamente normal por outros tantos. Essas duas frases vieram à cabeça de muitos quando dois aspectos da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim vieram à tona, ao serem revelados pelos organizadores do evento.

Logo no comecinho da cerimônia, foram transmitidas imagens de fogos de artifícios em forma de pegadas de gigante, que estouravam em direção ao Estádio Nacional de Pequim. À primeira visita, admirava-se a perfeição do acontecido a serviço da beleza da festa. Porém, acaba de ser revelado que tratava-se de imagem pré-gravada, pois havia o temor que, na hora da verdade, fosse difícil filmar os efeitos com o uso de helicópteros, segundo os organizadores. Mas tem mais.

A certa altura da cerimônia, também no seu início, uma linda menininha cantava uma canção chamada Ode à Pátria. Lin Miaoke, 9 anos, encantou o mundo ao aparecer na tela da TV - mas, na verdade, ela apenas era dublada pela voz da verdadeira ganhadora de um concurso nacional organizado para escolher a melhor cantora para aparecer. Yang Peiyi tem 7 anos e uma bela voz, mas um defeito imperdoável para os rígidos padrões chineses: seus dentes eram desgrenhados demais. Então, juntou-se a voz de uma com a beleza de outra. Bingo! Era a imagem perfeita que a China queria mostrar ao mundo. As palavras do responsável não poderiam ser mais sintomáticas: "Precisávamos colocar os interesses do país em primeiro lugar". À pobre menininha de bela voz mas de imagem "inadequada", só restou o consolo de ter sua voz ouvida...

O episódio mostra como os chineses andam obcecados pela perfeição, principalmente no que diz respeito à sua imagem perante o mundo. Nenhum problema com isso, desde que não interfira na vida alheia, o que está longe de acontecer em território chinês. O complicado é que o fato tira toda a espontaneidade, o que se tornou corriqueiro por lá. Há décadas, devido ao regime comunista, tudo na China tem características estatais. Até a respiração dos cidadãos parece controlada pelo Estado. Resultado: um bilhão de pessoas perfeitamente manipuláveis ao gosto do Partido Comunista. O pior é que o fato de um país como a China, mercado emergente e poderoso com muitos negócios em todo o planeta, ter quase uma população de fantoches é encarado como normal...

12.8.08

Phelps, o maior de todos

Com o ouro conquistado nesta terça nos 200 metros nado peito - o brasileiro Kaio Márcio de Almeida terminou na sétima colocação - o norte-americano Michael Phelps consagrou-se como o maior campeão olímpico de todos os tempos. Afinal, esta foi a décima medalha de ouro ganha pelo nadador em três Olimpíadas disputadas. Sem exagero, Phelps já pode ser considerado o maior nadador da História. No momento, não há quem possa derrotá-lo nas piscinas.

Mais um bronze para o judô



O Brasil ganhou nesta terça-feira sua terceira medalha nas Olimpíadas, novamente de bronze, e de novo no judô. Desta vez foi (na categoria até 81 quilos) Tiago Camilo, de quem se esperava um pouco mais, por ser o atual campeão mundial em sua categoria - pelo menos o judoca que o eliminou (o alemão Ole Bischof) ganhou a medalha de ouro.

O judoca brasileiro, que tinha conquistado a prata nos Jogos de Sydney, teve um bom aproveitamento. Foi prejudicado por um problema em um dos dedos das mãos durante sua caminhada, além de outro no braço durante a disputa do bronze. Portanto, a medalha de bronze pode ser encarada como uma vitória.

11.8.08

Uma medalha para a História



Pela primeira vez na história das Olimpíadas, uma atleta brasileira ganha uma medalha de forma individual. A judoca brasiliense Ketleyn Quadros, 21 anos, conquistou o bronze na categoria até 57 quilos. Além dela, Leandro Guilheiro bisou o bronze de Atenas, na categoria até 73 quilos.

Estas foram as duas primeiras medalhas do Brasil nas Olimpíadas de Pequim. Com isso, o judô empata com o iatismo como a modalidade que mais deu medalhas ao esporte brasileiro em Jogos Olímpicos (cada esporte deu 14 medalhas), ultrapassando o atletismo, que deu 13 medalhas.

10.8.08

A ginástica brasileira aproveita o seu auge



Os Jogos Olímpicos de Pequim apenas confirmam o que se sabia: a ginástica artística do Brasil está no seu auge. No feminino, as nossas ginastas se classificaram à final por equipes. Além disso, três delas também foram a decisões: Ana Cláudia Silva e Jade Barbosa estão classificadas à final do individual geral (além disso, Jade foi à decisão do salto sobre a mesa), e Daiane dos Santos, pela segunda Olimpíada seguida, foi à final do solo. No masculino, em sua primeira Olimpíada, Diego Hypolito foi à final do solo como um dos grandes favoritos à medalha de ouro.

Isso é resultado de um amplo investimento que já dura cerca de uma década, com a contratação de profissionais estrangeiros como o técnico ucraniano Oleg Ostapenko. Até 1996, nossos ginastas tinham participações discretas em Olimpíadas. Em 2000, nos Jogos de Sydney, pela primeira vez levamos duas ginastas. Em 2004, nos Jogos de Atenas, pela primeira vez levamos uma equipe inteira, no feminino (com a adição de Mosiah Rodrigues no masculino). Agora, em 2008, pela primeira vez a equipe foi à final no feminino e temos um ginasta com chances reais de medalha no masculino.

Esse é um investimento que tem que continuar, mesmo porque há o risco de descontinuação da seleção permanente (concentrada em Curitiba) com a iminente troca de comando da CBG. Se a seleção for extinta, corremos o risco de ficar para trás. O esporte, em cada modalidade, vive de ídolos, e os temos cada vez mais na ginástica. Com isso, mais crianças e jovens se inspiram para iniciar uma carreira esportiva que, com força e dedicação, promete ser vitoriosa.

9.8.08

Meninas do Brasil começam saga com contrastes

  • No primeiro dia oficial de competições, o desempenho dos atletas brasileiros (notadamente do sexo feminino) foi marcado por vitórias e derrotas. O vôlei, por exemplo, não teve dificuldades para vencer a fraca Argélia por 3 a 0 (25/11, 25/11 e 25/10). O vôlei de praia também começou bem: a recém-formada dupla Ana Paula/Larissa sentiu um pouco o desentrosamento, mas venceu as brasileiras naturalizadas georgianas Cris "Saka"/Andressa "Rtvelo", de virada, por 2 a 1 (23/25, 21/17 e 15/5). Na sua segunda partida, o futebol também venceu, desta feita pela primeira vez, mesmo sem jogar bem: 2 a 1 na Coréia do Norte, alcançando a liderança do Grupo F.
    Mas não houve apenas vitórias: o basquete jogou mal e perdeu para a Coréia do Sul por 68 a 62, após prorrogação (no tempo normal, empate em 55 a 55). Ao contrário, porém, o handebol teve boa atuação, mesmo perdendo para a Alemanha por 24 a 22.
  • Entre os homens, duas classificações importantes para finais: na ginástica artística, Diego Hypolito obteve a maior nota da fase classificatória e obteve vaga na final do solo. Na natação, Thiago Pereira se classificou à decisão dos 400 metros medley. Em outra eliminatória, o norte-americano Michael Phelps, que quer conquistar oito medalhas de ouro nos Jogos, bateu o recorde olímpico da prova (4'07''82).
    No vôlei de praia, a dupla Emanuel/Ricardo, que tenta o bicampeonato, também estreou com vitória: 2 a 0 nos angolanos Fernandes/Morais (21/8 e 21/13).

8.8.08

E tá rolando a festa!


Numa cerimônia grandiosa, foram abertos nesta sexta-feira os Jogos da XXIX Olimpíada da Era Moderna. A cerimônia de abertura emocionou bilhões de pessoas em todo o planeta ao mostrar fatos históricos, culturais e científicos da sociedade chinesa.

As 204 delegações participantes (Brunei não se inscreveu a tempo) desfilaram pelo estádio, saudadas pela multidão, durante duas das cerca de quatro horas da cerimônia. O ponto alto foi o acendimento da pira olímpica pelo ex-ginasta Li Ning, depois de "flutuar" acima das arquibancadas do Estádio Nacional, numa das mais belas e surpreendentes cenas do evento.

7.8.08

Febre de Olimpíada


Há pessoas que sofrem da famosa "febre de Copa do Mundo". Durante um mês, elas não falam de outra coisa, vivem e respiram futebol o tempo todo. Como eu sou do contra, não sofro desse mal, apesar de gostar muito do Mundial de futebol. Apenas sofro da famosa febre de Olimpíadas. E essa febre, também quadrienal, terá mais um capítulo a partir de amanhã e vai até o dia 24.

Os Jogos Olímpicos são o que há de melhor para um amante de esportes como eu. Afinal, são 205 países, um monte de modalidades esportivas simultâneas e isso tudo em apenas 17 dias. Ou seja, muito mais neurótico e divertido do que uma Copa do Mundo.

Durante os Jogos, deverei varar madrugadas adentro acompanhando as competições pela TV e postando neste blog que é dedicado a cobrir as grandes competições esportivas, freqüentemente citado pela página 2 do caderno de esportes do GLOBO. O Olimpismo conta com vocês!

6.8.08

Falta pouco! Estão prontos? Pra aquecer...

...mais rapidinhas olímpicas:

  • Faltam dois dias para a cerimônia de abertura, mas no futebol as Olimpíadas já começaram. O Torneio feminino teve seu início nesta quarta-feira. Ironicamente, a grande partida da primeira rodada, a reedição da final do Mundial entre Alemanha e Brasil, também foi o único jogo que terminou empatado em 0 a 0. Apesar disso, a partida teve vários momentos de brilhantismo. Na outra partida do Grupo F da competição, a Coréia do Norte (próxima adversária da Seleção) derrotou a Nigéria por 1 a 0 e lidera a chave. A grande surpresa da rodada foi no outro clássico da rodada: a derrota dos Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, para a Noruega por 2 a 0.
  • Bem que Juliana tentou, mas não deu. A jogadora, atual campeã do Circuito Mundial e pan-americana de vôlei de praia, não conseguiu se recuperar da contusão sofrida há quase dois meses e desistiu de competir. A parceira Larissa chamou Ana Paula para substituí-la.
  • Mais uma baixa na delegação brasileira: a judoca Érika Miranda, da categoria até 52 quilos, também não conseguiu se recuperar de contusão, obtida durante treinamento ainda no Brasil. Ela não será substituída, deixando indignada sua reserva, Andressa Fernandes, que se diz pronta para competir, mas não foi chamada pela CBJ.

Atualização: A CBJ mudou de idéia e decidiu convocar a reserva Andressa Fernandes para a vaga de Érika Miranda.

5.8.08

Jogador da seleção masculina de handebol é cortado por 'doping'


Antes mesmo da estréia nas Olimpíadas de Pequim (contra a França, no dia 10), a seleção brasileira masculina de handebol já sofreu sua primeira baixa: o pivô Jaqson, integrante da equipe bicampeã pan-americana no Rio, foi cortado por ter sido flagrado no exame antidoping. O nome da substância proibida não foi revelado. O pivô Alexandre Rodrigues foi convocado para o seu lugar.

O flagrante ocorreu graças à atitude da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) que colocou à disposição do COB todos os seus atletas para fazer exames antidoping, segundo declarou o seu presidente, Manoel Luiz Oliveira.

3.8.08

Qual é a sua expectativa para os Jogos Olímpicos?


Estamos no último final de semana antes do início das maiores Olimpíadas de todos os tempos. Muitos não dão importância ao fato, outros o rejeitam, mas outros tantos estão ansiosos para a chegada da sexta-feira, dia da cerimônia de abertura, mais grandiosa a cada versão (dois dias antes, nesta quarta-feira, começarão os torneios de futebol). Alguns mais fanáticos prometem varar madrugadas adentro, em frente à tela da TV, dispostos a não perder nenhum lance ao vivo.

O Olimpismo, criado durante as expectativas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, promete levar a seus leitores o máximo possível da emoção sentida durante os Jogos Olímpicos. Cada esforço, cada medalha, cada gota de suor, nada escapará a nossos olhos atentos. A maior Olimpíada de todos os tempos pede a melhor cobertura possível. E os leitores poderão interagir com o Olimpismo. Qual é a sua expectativa para os Jogos Olímpicos de Pequim? Qual país irá ganhar o maior número de medalhas? Qual será o desempenho dos atletas brasileiros? Vamos aguardar e, se possível, nos emocionar. Aguardem. E colaborem!

30.7.08

Faltando nove dias para o início da festa...



...algumas rapidinhas a respeito das Olimpíadas de Pequim:

  • O COI voltou atrás e permitu a participação do Iraque nos Jogos de Pequim. Os iraquianos prometeram a criação de um comitê nacional sem vínculo com o governo.
  • A saltadora russa Yelena Isinbayeva bateu mais uma vez o recorde mundial do salto com vara. No Grand Prix de Montecarlo, em Mônaco, ela estabeleceu a marca de 5,04 metros.
  • No basquete feminino, a pivô Erika foi cortada da seleção brasileira que disputará o torneio olímpico, por não ter se recuperado de uma fratura por estresse na perna direita. Grazi entra em seu lugar.
  • A Vila Olímpica foi inaugurada no último final de semana, e os atletas de todo o mundo chegam aos poucos. Os primeiros brasileiros a hospedar-se na Vila são os atletas do remo.
  • A Seleção masculina de futebol está no Vietnã para disputar na sexta-feira, contra a seleção local, o seu último amistoso antes da estréia contra a Bélgica, no dia 7. Enquanto isso, problemas na seleção argentina: o Barcelona não quer liberar o atacante Messi, e a FIFA não está obrigando o clube espanhol a fazê-lo. A comissão técnica da Argentina deu um prazo: até sexta-feira, se Messi não estiver entre seus colegas de seleção, não mais disputará os Jogos.

26.7.08

Uma derrota que veio na hora certa



A incontestável vitória da seleção dos Estados Unidos sobre o Brasil por três sets a zero (25/23, 25/22 e 27/25), que eliminou nossa seleção da Liga Mundial que está sendo disputada no Maracanãzinho, pode ter sido doída - afinal, o Brasil buscava seu oitavo título da Liga, e queria voltar a ser campeão da competição em casa depois de 15 anos. Mas veio na hora certa.

Afinal, a partida serviu para alertar à torcida e à imprensa do país de que não existe equipe imbatível no vôlei atual. A menos de duas semanas do início das Olimpíadas, já se especulava qual seria o grau de facilidade da conquista do tricampeonato olímpico do voleibol brasileiro. As semifinais da Liga Mundial - em que os norte-americanos mostraram, mais uma vez, ser uma pedra no sapato brasileiro, dominando a partida e contando com os nossos erros e também, por que não, com uma boa dose de sorte - mostraram que não é bem assim, e foram uma boa mostra das dificuldades que certamente encontraremos em Pequim. Não será essa molezinha toda que muitos estavam dizendo.

Os Estados Unidos farão a final da Liga Mundial contra a Sérvia, que derrotou pelo mesmo placar a Rússia (parciais de 25/19, 25/19 e 25/23).

25.7.08

COI impede participação do Iraque nas Olimpíadas de 2008


A apenas 15 dias da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim, o Comitê Olímpico Internacional decidiu não permitir a participação do Iraque no megaevento esportivo. A punição se deveu à interferência do governo no Comitê Olímpico Nacional Iraquiano, que está em crise desde o seqüestro de seu presidente, em 2006.

Em 2004, o Iraque tinha disputado os Jogos de Atenas depois de um período conturbado: até o ano anterior, o Comitê nacional era presidido por Udai Hussein (filho do então ditador Saddam Hussein), que era constantemente acusado de prender e torturar atletas que não obtivessem resultados satisfatórios ou que fossem dissidentes do regime. Na Grécia, os iraquianos tiveram uma participação honrosa: sua seleção de futebol acabou num surpreendente quarto lugar, perdendo o bronze para a Itália. Desta vez, porém, não houve jeito.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim, em nota oficial, lamentou que o Iraque não possa disputar o evento, embora ressalte que trata-se de um assunto interno do COI, que deu um tempo para que os iraquianos arrumassem a casa, mas nada foi feito. O COI não permite a interferência de governos nos comitês olímpicos nacionais. O Iraque teria sete atletas nos Jogos de Pequim, que competiriam em atletismo, halterofilismo, judô e remo.

22.7.08

Confusão à vista no futebol das Olimpíadas...


...e isso acontece, novamente, somente com a Seleção Olímpica do Brasil. Os clubes alemães (sempre eles) Schalke 04 (do lateral-direito Rafinha) e Werder Bremen (do meia Diego) querem mais uma vez desafiar a FIFA e ameaçam processar a entidade máxima do futebol, além da CBF, por terem obrigado os jogadores (ambos com idade olímpica, até 23 anos) a se apresentar à equipe nacional que disputará as Olimpíadas de Pequim. Os dois se apresentaram, na Europa, à equipe que está indo a Cingapura, para o período de adaptação de fuso horário.

Os dois clubes, com o apoio da Federação Alemã, querem entrar no Tribunal Arbitral do Esporte contra os jogadores, a FIFA e a CBF por suposta quebra de contrato. Há tempos, perdura a polêmica acerca do limite de idade dos jogadores de futebol para a disputa das Olimpíadas, como já discutido por aqui. Há rumores de que o limite irá diminuir de 23 para 19 anos já nas próximas Olimpíadas, as de 2012, em Londres.

Sabe-se que os clubes pagam o salário dos atletas, e que as seleções devem ter responsabilidade sobre eles enquanto lá estiverem. Mas os clubes não devem, sob hipótese alguma, tentar passar por cima das regras e instituições.

Ramires na Seleção Olímpica: Melhor assim


Foi anunciado o desligamento do atacante Robinho, do Real Madrid, oficialmente por contusão, da Seleção que disputará as Olimpíadas de Pequim. Para o seu lugar, o treinador Dunga chamou o volante Ramires, do Cruzeiro, que para muitos já deveria ter sido chamado na primeira oportunidade. Afinal, uma reclamação em relação à primeira convocação era a de que havia atacantes demais.

Melhor assim. Na verdade, há tempos o atacante Robinho não atua bem com a camisa da Seleção Brasileira, mais exatamente desde a final da Copa América do ano passado, contra a Argentina (ele tinha sido o grande destaque do Brasil no decorrer da competição, mas sumiu no momento decisivo). Além do mais, ele não vinha demonstrando muita vontade de defender a equipe nacional; nem o próprio Real queria liberá-lo - tanto que houve essa suspeita, para dizer o mínimo, argumentação de que o atacante estava contundido na região pubiana, de forma que não haveria tempo para que ele disputasse as Olimpíadas.

Foi até bom que Dunga convocasse um bom jogador como o volante Ramires, com idade menor do que 23 anos, para substituir Robinho. Quanto menos confusão com os times dos maiores de 23, mais tranqüilidade a equipe terá para tentar conquistar o título inédito - e é disso que os jogadores andam precisando, pois a preparação da equipe se revela, cada vez mais, um caos absoluto.

A Seleção começou nesta segunda-feira a se juntar para o período de adaptação de fuso horário. No dia 28, o Brasil enfrenta a seleção de Cingapura, na Cidade de Cingapura. No dia 1º de agosto, deverá enfrentar o Vietnã, em Hanói. Depois, vem a estréia no Torneio Olímpico, no dia 7, contra a Bélgica, na cidade chinesa de Shenyang.

18.7.08

Não surpreendeu. Agora é trabalhar


Como todos os fãs realistas do basquete imaginavam, o Brasil mais uma vez (a terceira consecutiva) ficou de fora de um torneio masculino de basquete dos Jogos Olímpicos. A derrota por 78 a 65 para a Alemanha, no qual os comandados de Moncho Monsalve não viram a cor da bola, serve de aviso para todos: o basquete brasileiro precisa de ajuda.

No que depender do atual comando da CBB, isso não vai acontecer tão cedo. Desde que Gerasime Bozikis assumiu a presidência da instância máxima do nosso basquetebol, a modalidade vem sofrendo um declínio que, no mínimo, levará anos para ser revertido. A situação é tão feia que a Seleção B acabou na quarta colocação do Sul-Americano, quase ficando de fora da Copa América, classificatória para o Mundial (o próximo será em 2010, na Turquia).

Mas há esperança para 2012. A primeira é o treinador: o espanhol Moncho Monsalve, em poucos meses, fez mais pela seleção que os dois técnicos anteriores (Hélio Rubens e Lula Ferreira, treinadores das seleções que não se classificaram para as Olimpíadas de 2000 e 2004, e deram vexame nos Mundiais de 2002 e 2006). Em pouco tempo, notou-se uma evolução na tática da equipe, o que é alguma coisa perto do jogo morto da Seleção nos últimos dez anos. Se a CBB for esperta, mantém o treinador pelo menos até o Mundial de 2010. Mas se ela teimou com Lula Ferreira mesmo depois do fiasco de 2006, quando o Brasil não passou da primeira fase...

8.7.08

Neste dia 8 de julho...


...falta um mês para as Olimpíadas!

7.7.08

Dunga convoca os que lutarão por um título inédito


O treinador Dunga convocou hoje os 18 jogadores que tentarão um título inédito para o futebol brasileiro: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Numa estratégia arriscada da CBF, o meia Ronaldinho foi chamado. Ele foi um dos três jogadores com mais de 23 anos que irão à China (os outros foram o zagueiro Thiago Silva e o atacante Robinho). Vejam os convocados:

Goleiros: Diego Alves (Almería/ESP) e Renan (Internacional)

Laterais: Ilsinho (Shakhtar Donetsk/UKR), Marcelo (Real Madrid/ESP) e Rafinha (Schalke 04/GER)

Zagueiros: Alex Silva (São Paulo), Breno (Bayern Muenchen/GER) e Thiago Silva (Fluminense)

Volantes: Ânderson (Manchester United/ENG), Hernanes (São Paulo) e Lucas (Liverpool/ENG)

Meias: Diego (Werder Bremen/GER), Ronaldinho (Barcelona/ESP) e Thiago Neves (Fluminense)

Atacantes: Alexandre Pato (Milan/ITA), Jô (Manchester City/ENG), Rafael Sobis (Betis/ESP) e Robinho (Real Madrid/ESP)

Mais detalhes e opiniões, confiram em www.golblogfc.blogspot.com

5.7.08

Robert Scheidt carregará a bandeira brasileira na cerimônia de abertura

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, anunciou nesta sexta-feira em Brasília que o velejador Robert Scheidt (ganhador de duas medalhas olímpicas de ouro e uma de prata na classe Laser, e que competirá neste ano na classe Star, em parceria com Bruno Prada) será o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura das Olimpíadas, no dia 8 de agosto, no Estádio Nacional de Pequim.

O fato não será novidade na carreira do iatista. Scheidt fez o mesmo nos Jogos Pan-Americanos de 1999, em Winnipeg, no Canadá, ao carregar a bandeira nacional também na abertura. Naquela oportunidade, Scheidt (que ganhara o ouro olímpico em Atlanta, três anos antes) conquistou o bicampeonato pan-americano na classe Laser.

21.6.08

Ronaldinho nas Olimpíadas: Um projeto fadado ao fracasso

Durante o jogo em que o Brasil empatou em 0 a 0 com a Argentina, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, foi especulado que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teria imposto ao treinador Dunga a convocação do meia Ronaldinho, que deve sair do Barcelona, para a Seleção que disputará as Olimpíadas de Pequim. O jogador (que não atua pela Seleção desde a vitória sobre o Uruguai por 2 a 1, no Morumbi, em novembro passado) assistiu à partida no Mineirão, convidado pela própria CBF. Segundo Teixeira, a volta de Ronaldinho seria "um pedido da torcida brasileira".

É notório que há um desgaste entre o treinador Dunga e alguns medalhões que estão em má fase ou ocupados com outras coisas, como o próprio Ronaldinho ou Kaká. Também é óbvio que os jogadores acima relacionados não andam se sentindo à vontade na Seleção atual, por conflitos com o treinador. Era sonho de Dunga levar Kaká a Pequim, mas o Milan vetou. Já Ronaldinho parece, como seu xará mais velho, ter se perdido na vida boêmia e não se importar mais com o futebol, necessitando mudar de ares imediatamente. Além disso, uma insistente contusão e o fato de estar fora de forma atrapalham ainda mais o jogador.

Ainda assim, não se sabe se por um arroubo de populismo (para "acalmar a massa", irritada com a atual fase da Seleção), ou por intenção de demonstrar poder, Teixeira vem com a idéia de impor Ronaldinho a Dunga, mesmo com a fama do jogador de "sumir" quando veste a amarelinha. Vale lembrar que o presidente da CBF queria fazer o mesmo em 2002, quando queria impor a convocação do atacante Romário ao então treinador Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo. Felipão deu de ombros, o Brasil foi penta e não se tocou mais no assunto. Pelo menos o Baixinho estava em boa fase; Ronaldinho, hoje, não é nem sombra do que era na época em que foi eleito o melhor do mundo. Aliás, nem mesmo quando disputou sua primeira Olimpíada, em 2000.

Desde já, esta "estratégia" de Teixeira mostra-se fadada ao fracasso. Afinal, uma das características de Dunga como treinador da Seleção (mal ou bem, ele vinha seguindo-a com coerência) era a de não convocar jogador que não atuasse por clube algum. Ronaldinho está de saída do Barça e ainda não foi definido o seu destino. Essa imposição de Teixeira pode testar a capacidade do atual técnico de seguir ou não o que vem de cima. Isso contraria a carta branca dada pela própria CBF a Dunga quando o contratou como treinador, em 2006.

Mais do que uma demonstração de força, o mando da chefia pode significar um processo de fritura. Dunga vem sendo cada vez mais criticado no comando técnico da Seleção e poderá ser substituído no cargo, principalmente se não conseguir o ouro olímpico em Pequim. Ou seja, o que prometia ser uma revolução no comando técnico da Seleção Brasileira pode terminar muito antes do esperado, e de forma melancólica.

19.6.08

Juliana à espera de um milagre



A primeira dupla feminina de vôlei de praia a garantir vaga nas Olimpíadas de Pequim vive momentos de tensão. A jogadora Juliana, que faz dupla com Larissa, sofreu rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito durante a etapa de Paris do Circuito Mundial.

O tempo de recuperação é de oito a dez semanas, o que certamente a deixaria de fora das Olimpíadas. Mas a esperança é a última que morre. Juliana esperará até o último instante por um milagre que a possibilite disputar os Jogos. Caso não consiga, sua parceira Larissa terá que escolher nova parceria para disputar a competição.

Em tempo: nesta quinta-feira, 19 de junho, faltam 50 dias para o início das Olimpíadas de Pequim.

15.6.08

Ufa!

Depois de um vendaval de polêmicas envolvendo os desentendimentos entre o treinador Paulo Bassul e a jogadora Iziane (nas quartas-de-final contra a seleção da Bielo-Rússia, ela se recusou a voltar à quadra quando chamada pelo treinador, e ele a cortou da equipe, com toda a razão), o Brasil garantiu vaga no torneio feminino de basquete das Olimpíadas de Pequim, ao derrotar Cuba por 72 a 67, na decisão da repescagem do Torneio Pré-Olímpico Mundial de Madri. Desta forma, vieram duas revanches de uma só vez: a da própria seleção brasileira, que vingou a derrota para as cubanas nas semifinais do Pré-Olímpico das Américas, e do treinador Bassul, que mostrou que tem o grupo nas mãos - como deve acontecer com todo técnico que se preze - e não deve se submeter a ataques de estrelismo de quem quer que seja. O basquete feminino do Brasil disputará sua quinta Olimpíada seguida - a primeira foi em 1992, com Hortência, Paula e Janeth - e buscará sua terceira medalha - foi prata em 1996 e bronze em 2000; em 2004, o Brasil acabou na quarta posição.

Além de Brasil e Bielo-Rússia, classificaram-se para as Olimpíadas as seleções de Espanha, República Tcheca e Letônia. O torneio começará no dia seguinte ao da cerimônia de abertura, 9 de agosto. As 12 seleções serão divididas em dois grupos de seis. Elas se enfrentam dentro dos próprios grupos, classificando-se as quatro primeiras de cada grupo para as quartas-de-final. Os grupos são os seguintes:

Grupo A: Austrália, Bielo-Rússia, Brasil, Coréia do Sul, Letônia e Rússia

Grupo B: China, Espanha, Estados Unidos, Nova Zelândia, Máli e República Tcheca

O Brasil estreará no dia 9 de agosto, contra a Coréia do Sul. No dia 11, enfrenta a Austrália, atual campeã mundial; no dia 13, pega a Letônia; no dia 15, joga contra a Rússia; e encerra sua participação na primeira fase contra a Bielo-Rússia, no dia 17.

Agora, resta torcer pela também classificação da seleção masculina, no Pré-Olímpico Mundial que será disputado no mês que vem, em Atenas.

4.6.08

Olimpíadas 2016: Rio se classifica para a fase final



Pela primeira vez em quatro tentativas (depois de Brasília 2000 e de Rio 2004 e 2012), uma cidade brasileira conseguiu passar à fase final de uma escolha de sede de Jogos Olímpicos. Nesta quarta-feira, em Atenas, o Comitê Olímpico Internacional definiu as cidades finalistas na luta para sediar as Olimpíadas de 2016, e o Rio de Janeiro está entre elas. Concorrerá com Chicago, Madri e Tóquio.

A classificação se deve ao amadurecimento e à maior profissionalização das candidaturas brasileiras, características aprimoradas com o sucesso dos Jogos Pan-Americanos do ano passado, realizados na capital fluminense. O evento de 2007 provou a boa capacidade brasileira para sediar grandes eventos. Além disso, o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014, e os brasileiros não irão querer perder a viagem. Claro, ainda há muita coisa a ser feita até a votação final.

Agora, a luta começa para valer. As três cidades concorrentes têm fortes apelos, e estão escoradas em economias resistentes. A competição será árdua e terminará em 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca.

2.6.08

O novo homem mais rápido do planeta



Neste sábado, o jamaicano Usain Bolt estabeleceu o novo recorde mundial dos 100 metros rasos do atletismo, prova que é considerada a mais nobre do esporte mundial. A marca, de 9,72 segundos (dois centésimos a menos que o antigo recorde, do também jamaicano Asafa Powell), foi obtida numa competição em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Foi impressionante a facilidade que Bolt teve para vencer a corrida. Ele ficou treze centésimos à frente do segundo colocado, o norte-americano Tyson Gay, atual campeão mundial dos 100 e 200 metros rasos. Bolt é o atual vice-campeão mundial dos 200 metros rasos.

1.6.08

Ginástica artística quase na ponta dos cascos



Na etapa de Moscou da Copa do Mundo de Ginástica Artística, disputada nesta semana, segue de vento em popa a boa fase de nossos ginastas. No masculino, Diego Hypolito obteve a segunda posição no solo, na primeira competição por ele disputada depois de sofrer uma artroscopia e, logo depois, contrair dengue.

No feminino, Jade Barbosa ganhou o ouro no salto sobre a mesa, e ficou em sétimo na trave e em oitavo no solo - aparelho em que a outra ginasta brasileira finalista, Ana Cláudia Silva, surpreendeu e acabou em quinto.

Esta foi a última etapa da Copa do Mundo com participação brasileira antes das Olimpíadas de Pequim.

17.5.08

Pistorius em busca da superação



A decisão do Tribunal Arbitral do Esporte, que autorizou o velocista sul-africano Oscar Pistorius (amputado das duas pernas) a buscar uma vaga nas Olimpíadas de Pequim, para competir com os atletas comuns, abre uma discussão interessante: até que ponto pode haver uma integração de atletas portadores de deficiência às competições ditas "normais" sem que haja vantagens ou desvantagens, ou seja, que todos os atletas tenham igualdade de condições para competir?

Ganhador de duas medalhas nos Jogos Paraolímpicos de 2004, em Atenas, Pistorius compete com próteses de fibra de carbono, que ajudam a economizar energia muscular ao correr. Daí a polêmica: muitos atletas poderiam reclamar que teriam desvantagem ao enfrentarem o velocista. Pistorius competiu contra atletas comuns em várias competições de atletismo, com tempos que variam de razoáveis a bons, suficientes para, numa disputa de alto nível, levá-lo a uma semifinal.

As seletivas sul-africanas do atletismo já foram disputadas, mas a federação local anunciou que Pistorius pode tentar a classificação, alcançando o índice olímpico, em alguns torneios que serão disputados até o próximo mês.

Curiosamente, Oscar Pistorius não será o único atleta sul-africano amputado a aspirar a uma vaga olímpica. A nadadora Natalie du Toit, que não tem parte da perna esquerda e não usa prótese, já está classificada para a prova da maratona aquática.

A primeira atleta portadora de deficiência física a disputar uma Olimpíada foi a fundista norte-americana Marla Runyan, que competiu na prova dos 1.500 metros rasos nas Olimpíadas de Sydney, em 2000 (prova no qual tinha conquistado o ouro no Pan de Winnipeg, no ano anterior). A corredora tem apenas 10% de sua visão.

13.5.08

Natação: Equipe brasileira completa... Ou não?

O Troféu Maria Lenk, que se encerrou neste domingo no Rio de Janeiro, definiu a equipe brasileira de natação nas Olimpíadas de Pequim. Entre os 19 nadadores classificados, haverá alguns com boas chances de medalha ou pelo menos de bons resultados, como Thiago Pereira (100 metros costas; 200 metros livre, peito, costas e medley e 400 metros medley), César Cielo (50 e 100 metros livre) e Kaio Márcio de Almeida (100 e 200 metros borboleta), além da recuperação de Joanna Maranhão (400 metros medley) e do despontar de várias revelações, tanto no masculino quanto no feminino, e de três equipes masculinas de revezamento (além da possibilidade real de uma equipe feminina).

Mas a nossa equipe pode ganhar um reforço inesperado. O Tribunal Arbitral do Esporte considerou-se incapaz de julgar o processo contra a nadadora Rebeca Gusmão, acusada de doping durante os Jogos Pan-Americanos do ano passado, no Rio de Janeiro, por considerar que havia erros no processo. A consideração deu à nadadora esperanças de competir nas Olimpíadas deste ano, embora seja difícil que isso aconteça.

De todo modo, a nossa equipe é forte o bastante para fazer um bom papel em Pequim, embora muita coisa ainda tenha que ser feita. Afinal, o nível técnico da natação olímpica é fortíssimo, e será uma luta árdua para que o Brasil possa subir ao pódio depois de oito anos.

20.4.08

A grande chance para o futebol brasileiro

Foram sorteados neste domingo os grupos dos torneios masculino e feminino de futebol das Olimpíadas de Pequim. Para os homens, um grupo relativamente fácil na primeira fase. Para as mulheres, porém, um grupo bem mais difícil. Nada que assuste, se levarmos em consideração o retrospecto recente de nossas meninas, capazes de superar barreiras mais complicadas.

No torneio masculino, o Brasil estreará pelo Grupo C contra a Bélgica, no dia 7 de agosto, véspera da cerimônia de abertura, em Shenyang (foto). Na mesma cidade, o desafio é a Nova Zelândia, no dia 10. Na última rodada, no dia 13, a Seleção enfrentará os anfitriões chineses, em Qinhuangdao. Caso passe de fase, o Brasil enfrentará uma seleção do Grupo D (Camarões, Coréia do Sul, Honduras e Itália), um desafio certamente maior que os da primeira fase.

No Grupo A, estão Argentina, Costa do Marfim, Austrália e Sérvia; no Grupo B, Holanda, Nigéria, Estados Unidos e Japão.

No torneio feminino, o desafio mais difícil será certamente a estréia pelo Grupo F, desde já um dos jogos mais esperados da competição: a reedição da final do Mundial de 2007, no mesmo país, contra a Alemanha - as alemãs venceram por 2 a 0 e sagraram-se bicampeãs mundiais, em Xangai. A revanche (no dia 6 de agosto), assim como a maioria das nossas partidas masculinas, também será em Shenyang, onde também será nossa segunda partida, contra a Coréia do Norte, uma das melhores seleções do mundo na atualidade, no dia 9. Em 12 de agosto, o Brasil enfrentará a melhor seleção africana, a Nigéria, em Pequim. À primeira vista, parece um grupo difícil, mas jogando com calma, dá para passar com facilidade.

Se terminar em primeiro, enfrentará na fase seguinte o segundo colocado do Grupo G (Estados Unidos, Noruega, Japão e Nova Zelândia). Caso acabe em segundo, terá como adversário o segundo do Grupo E (China, Suécia, Canadá e Argentina). Caso seja um dos dois melhores terceiros colocados, enfrentará nas quartas o primeiro colocado de um dos outros dois grupos.

19.4.08

Futebol: A sorte está lançada



Com a incontestável goleada da seleção feminina do Brasil sobre Gana por 5 a 1, no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim, completou-se a relação das 28 seleções (16 no masculino e 12 no feminino) que disputarão os torneios de futebol dos Jogos Olímpicos deste ano. O sorteio será realizado na manhã deste domingo (19 horas, horário local), na capital chinesa.

No masculino, as 16 seleções serão divididas em quatro grupos de quatro equipes cada - os dois primeiros de cada grupo se classificam para as quartas-de-final. A China, país-sede, já está colocada no Grupo C, na cidade de Shenyang. As outras três cabeças-de-chave, já definidas em seus grupos, serão Argentina (Grupo A, Xangai), Holanda (Grupo B, Tianjin) e Camarões (Grupo D, Qinhuangdao). As demais doze seleções estão divididas em três potes de sorteio: Pote 1, com as seleções filiadas à Confederação Asiática (Austrália, Coréia do Sul e Japão); Pote 2, com os africanos (Costa do Marfim e Nigéria) e a Nova Zelândia; Pote 3, com os europeus (Bélgica, Itália e Sérvia); e Pote 4, com o Brasil e os representantes da Concacaf (Estados Unidos e Honduras).

No feminino, as 12 seleções serão divididas em três grupos de quatro equipes cada - os dois primeiros de cada grupo e os dois melhores terceiros colocados se classificarão às quartas-de-final. A China estará no Grupo E, baseada em Tianjin; a Alemanha, atual campeã mundial, no Grupo F, em Shenyang; e os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, no Grupo G, em Qinhuangdao. As demais nove seleções estão em quatro potes: Pote 1, Coréia do Norte e Japão; Pote 2, Noruega e Suécia; Pote 3, Brasil e Canadá; Pote 4, Argentina, Nigéria e Nova Zelândia.

O Brasil disputará os dois torneios com grandes chances de conquistar o ouro em ambos, mas terá que enfrentar grandes adversários. No masculino, estes deverão ser Argentina (que contará com uma geração tão boa quanto a brasileira, além de defender o título conquistado em 2004), Itália e Holanda, além das seleções africanas, sempre dispostas a aprontar - ganharam o ouro em duas ocasiões, eliminando o Brasil em ambas: Nigéria, em 1996, e Camarões, em 2000 (estas duas seleções estarão presentes neste ano). A Seleção das mulheres, vice-campeã mundial e olímpica e bicampeã pan-americana, terá como grandes rivais, além das anfitriãs chinesas, a Noruega (ouro em 2000) e duas espinhas-de-peixe entaladas na garganta: Estados Unidos (que derrotaram o Brasil na polêmica final de 2004) e Alemanha (que venceu a Seleção na decisão do Mundial do ano passado).

A sorte está lançada. Que o Brasil aproveite a chance.

12.4.08

Será que vai ter revezamento mundial em 2012? Ainda tem nesse ano?


Os protestos contra o regime chinês, principalmente no trato com o Tibete, vêm sendo a tônica durante o revezamento mundial da tocha olímpica de Pequim. Nesta sexta-feira, Buenos Aires foi a oitava cidade (a única latino-americana) do trajeto, e essa estada acabou sendo a mais calma do revezamento até agora.

Como todos os que acompanham (com exceção dos chineses, claro) sabem, houve protestos (tanto os contrários ao regime chinês quanto os pró-chineses, contrários aos próprios protestos) durante a passagem da chama olímpica por Londres, Paris e São Francisco, três das sete primeiras cidades do trajeto. Algumas dessas manifestações tiveram uma certa dose de exagero, com alguns mais exaltados querendo apagar a chama da tocha durante o percurso. A situação é tão constrangedora que o próprio presidente do COI, Jacques Rogge, confessou-se insatisfeito com o pouco caso chinês em relação à democracia e aos direitos humanos, lembrando que a cidade de Pequim foi eleita sede olímpica, em 2001, graças a um projeto que visava uma maior abertura política por parte dos chineses em sete anos...

Essa confusão toda faz o COI repensar a política de revezamento mundial da tocha olímpica, que vem desde 2004. Até 2000, nos Jogos de Sydney, a chama era acesa em Olímpia e levada num revezamento apenas no caminho entre a Grécia e o país da cidade-sede - só mudou há quatro anos porque os Jogos seriam em Atenas. O problema é que, neste ano, decidiram repetir a dose. A instância máxima do esporte mundial pensa em mudar alguns trajetos do revezamento de 2008, sem descartar o cancelamento de alguns eventos.

É o caso de pensar: será que haverá um novo revezamento mundial para as Olimpíadas de Londres, em 2012? Ou voltará ao que era antes? Pelo visto, daqui a quatro anos, prevalecerá a segunda opção.