18.12.07

Os melhores do esporte em 2007 são premiados



Foi realizada nesta segunda-feira, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a nona edição do Prêmio Brasil Olímpico, que premia os melhores do esporte nacional em cada temporada. Em 2007, a premiação teve um gosto especial por causa da realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio.

Foram premiados os melhores de todos os esportes olímpicos, além de boliche, caratê, esqui aquático, futsal e squash, além dos paraolímpicos. Além disso, foi instituído o Prêmio Maria Lenk, que premia as atletas históricas do Brasil (neste ano, o prêmio foi dado para a maior tenista brasileira de todos os tempos, Maria Esther Bueno). O prêmio segue o esquema do Prêmio Adhemar Ferreira da Silva (oferecido, neste ano, ao ex-remador André Gustavo Richer).

Na premiação, foi divulgada a logomarca da candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016. A cidade concorre com Baku (Azerbaijão), Chicago (Estados Unidos), Doha (Catar), Madri (Espanha), Praga (República Tcheca) e Tóquio (Japão). De todas as cidades concorrentes, apenas a última sediou uma edição das Olimpíadas, em 1964.

Os atletas que ganharam os prêmios máximos da noite foram o nadador Thiago Pereira (que concorreu com o ginasta Diego Hypolito e o judoca Tiago Camilo) e a ginasta Jade Barbosa (que concorreu com a saltadora Fabiana Murer e a futebolista Marta - eleita pelo segundo ano seguido, pela FIFA, a melhor do mundo). As premiações coroaram um ano espetacular para os dois atletas, esperanças de medalha para o Brasil nas Olimpíadas de Pequim.

8.12.07

Seleção Olímpica de futebol: O Dunga já começou mal...



O técnico Dunga assumiu a responsabilidade de conduzir a Seleção Brasileira ao único título que ainda não tem no futebol: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. E o primeiro passo será dado neste domingo, com o amistoso contra a seleção dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro, no Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, no Rio de Janeiro.

É, sem dúvida, um bom teste - ainda que somente pudessem ter sido convocados jogadores até 22 anos que atuassem no futebol brasileiro (a exceção foi o atacante Alexandre Pato, que só estreará no Milan em janeiro). Porém, as duas primeiras divisões do Campeonato Brasileiro se revelaram grandes celeiros de revelações e jovens valores, com idade suficiente para disputar os Jogos de Pequim. Se bem que a base da Seleção Olímpica deverá ser formada por jogadores que atuam no exterior, como os goleiros Diego Alves (Almería/ESP) e Cássio (PSV Eindhoven/NED); os laterais Marcelo (Real Madrid/ESP), Ilsinho (Shakthar Donetsk/UKR) e Rafinha (Schalke 04/GER); os meias Lucas (Liverpool/ENG), Ânderson (Manchester United/ENG) e Diego (Werder Bremen/GER); e os atacantes Rafael Sobis (Betis/ESP), Luiz Adriano (companheiro de clube de Ilsinho) e André Lima (Hertha Berlin/GER) - além do próprio Pato - entre outros.

Porém, pode-se dizer que Dunga não começou bem sua trajetória como treinador da Seleção Olímpica. Na convocação, ele ignorou vários jogadores que ficaram entre os melhores do Brasileirão, como o zagueiro Alex Silva (São Paulo - se bem que ele se recupera de contusão) e o volante Arouca (Fluminense), além do meia Renato Augusto (Flamengo). Pior, ignorou o volante são-paulino Hernanes, um dos melhores do campeonato - tanto que enfrentará a Seleção no domingo. E ainda convocou muitos jogadores desconhecidos da torcida, como o lateral Nei (Atlético-PR) e o zagueiro Leandro Almeida (Atlético-MG) - que dificilmente viajarão para a China em agosto.

Há a expectativa de que Dunga use os próximos amistosos da Seleção principal (contra a Irlanda, em fevereiro, e a Suécia, em março) para convocar jogadores com idade olímpica. E é bom que isso aconteça, pois as datas são poucas, assim como o tempo útil para experiências.

4.12.07

Há vida sem Ricardinho



A conquista do bicampeonato da Copa do Mundo masculina de vôlei - e a conseqüente classificação para as Olimpíadas de Pequim - pela Seleção Brasileira, neste domingo, no Japão, evidencia a excelente fase da equipe, que já dura seis anos. Só neste ano, é o quarto título ganho (os outros foram a Liga Mundial, os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Sul-Americano). A boa fase supera até uma crise fora das quadras - a que afastou o levantador Ricardinho, eleito o melhor jogador da Liga Mundial e considerado o melhor do mundo em sua posição, da equipe, às vésperas da estréia no Pan, em julho.

O técnico Bernardinho afastou o levantador alegando que este não pensava no coletivo. Dizendo sentir-se traído, Ricardinho afirmou que não voltaria à Seleção, quando lançou sua autobiografia, pouco depois do Pan. Os companheiros (Giba, em particular) pedem a Ricardinho que reconsidere a sua decisão. A opinião do Olimpismo é que, independentemente de quaisquer individualismos, o talento de Ricardinho é algo que não é recomendável de ser desperdiçado. De todo modo, a equipe está bem servida de levantadores. E a recente conquista da Copa do Mundo mostrou isso.

Depois de terem sido questionados pela opinião pública na época do corte, Marcelinho e Bruno Rezende vêm fazendo boas partidas, dando conta do recado. Até agosto de 2008, na disputa das Olimpíadas de Pequim, há tempo para um amadurecimento maior. Mas se Ricardinho reconsiderar sua decisão de deixar a Seleção, será um grande reforço no caminho para o tricampeonato olímpico. E o vôlei brasileiro só terá a ganhar.

30.11.07

Olimpíadas recentes e futuras: Não estaria havendo mascotes demais?



Foram apresentadas ontem as mascotes das Olimpíadas de Inverno de 2010, que serão realizadas na cidade canadense de Vancouver. Serão três: Miga, um urso-marinho com ares de surfista; Quatchi, um pé-grande; e Sumi, um pássaro guardião. Além deles, há uma "mascote honorária": Mumuk, uma marmota que age meio que na aba dos demais... Seguindo a tendência iniciada com o nosso solzinho Cauê, mascote do Pan e do Parapan de 2007, no Rio, as mascotes olímpicas de 2010 servirão tanto para as Olimpíadas quanto para as Paraolimpíadas de Inverno.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas isso causa uma discussão que não é de hoje, apesar de ser relativamente recente: não anda havendo mascotes demais pra cada edição olímpica? Isso vem desde 2000, quando três espécimes típicos da fauna australiana (a cucaburra Olly, o ornitorrinco Syd e o eqüidna Millie) representaram as Olimpíadas de Sydney. Uma dupla de crianças (Athena e Phevos - cujos nomes homenagearam Átena e Febo, figuras da mitologia grega - representando bonecos gregos típicos) foi mascote dos Jogos de Atenas, quatro anos depois. Já os chineses exageraram, como vêm fazendo constantemente em qualquer coisa: haverá cinco mascotes nas Olimpíadas de Pequim, no ano que vem, com cada um representando um elemento da cultura chinesa.

Isso, à medida que o tempo passa, parece ser quase que uma exclusividade do movimento olímpico. Houve uma exceção na Copa do Mundo de 2002, quando houve três mascotes, que por sinal não vingaram. A minha tese é que há uma corrida desenfreada por aquisição de direitos sobre produtos relacionados às Olimpíadas, assim como há um grande interesse nos lucros que tais produtos certamente irão gerar. Afinal de contas, as Olimpíadas estão se tornando um negócio cada vez mais rentável. Só não precisavam exagerar no número de mascotes.

Isso me causa um certo temor quanto às Olimpíadas de 2012, em Londres. Se o logotipo já causou grande polêmica, imaginem a discussão que a(s) mascote(s) pode(m) gerar...

Para ver o vídeo que apresenta as mascotes das Olimpíadas de Inverno de 2010, é só clicar aqui.

16.11.07

Mais uma chance. A última?

O vôlei feminino brasileiro conseguiu, com uma rodada de antecedência, a vaga para as Olimpíadas de Pequim ao derrotar a Sérvia por 3 a 0, em jogo válido pela Copa do Mundo, no Japão. A Seleção ficará, na pior das hipóteses, em terceiro lugar - colocação suficiente para a classificação olímpica.

A vitória sobre as sérvias foi absolutamente inquestionável, pois o Brasil jogou muito bem. O problema é que, mais uma vez, nossas meninas sofreram o mal da irregularidade que tem há tempos, quase sempre em momentos decisivos. Nesta Copa do Mundo que está em andamento, elas perderam duas partidas - ambas de maneira inacreditável - até agora. A primeira foi para os Estados Unidos, por 3 a 2, de virada - depois de terem feito 2 a 0, as brasileiras sofreram uma pane coletiva e ficaram assistindo às norte-americanas virarem o jogo. A segunda foi para a Itália, por 3 a 0, na pior atuação brasileira em sabe-se lá quanto tempo.

Menos mal que a Copa do Mundo de vôlei é disputada em pontos corridos. Mas as jogadoras brasileiras terão que ter a cabeça no lugar para que não decepcionem mais uma vez num momento decisivo, em Pequim.

A partir deste final de semana, será a vez da seleção masculina tentar a vaga olímpica.

8.11.07

Que isso tudo sirva de exemplo



O caso de doping envolvendo a nadadora Rebeca Gusmão é, evidentemente, uma mancha no esporte brasileiro, que luta por credibilidade e investimentos, além de prejudicar a natação do país como um todo (além da evidente perda das quatro medalhas, as equipes femininas terão seus recordes e índices olímpicos cassados, tendo mais trabalho para classificar-se para Pequim). A desconfiança que já havia, mesmo que de forma discreta, sobre o elevado crescimento muscular da nadadora nos últimos sete anos revela o quanto muitos brasileiros são temerosos em apurar fatos, preferindo escondê-los para baixo do tapete. Como atenuante, serve o fato de que não havia provas de ilegalidade até bem pouco tempo atrás (se bem que foram detectadas provas de fraude nos exames da nadadora feitos durante o Pan, que atestaram presença de amostras urinárias de pessoas diferentes, o que complica ainda mais a situação de Rebeca Gusmão).

De todo modo, que sejam apurados esses fatos e haja um julgamento justo. Também esperemos que, daqui em diante, nossos atletas tenham mais atenção e não usem de artifícios ilegais para que possam vencer. O doping é, acima de tudo, um crime lesa-esportivo. E seu preço é altíssimo, pago por todos aqueles que se envolvem com ele.

25.10.07

Lewis Hamilton, a Jade Barbosa da Fórmula-1?



No post anterior, falamos da ginasta Jade Barbosa, ganhadora de três medalhas nos Jogos Pan-Americanos e terceira colocada no individual geral no Mundial de Stuttgart. Um dia antes de ganhar sua medalha de ouro no salto sobre a mesa no Pan, Jade ficou em quarto lugar no individual geral, não subindo ao pódio devido a uma falha no último aparelho, as barras assimétricas. Ela se abalou na hora, mas foi até o fim. No dia seguinte, foi a melhor no salto sobre a mesa.

Guardadas as devidas proporções, algo parecido pode ocorrer na Fórmula-1 (peço licença para falar do automobilismo, um esporte não-olímpico). O jovem piloto inglês Lewis Hamilton, 22 anos, liderava o campeonato até a última prova. Poderia conquistar o título na penúltima corrida da temporada, o Grande Prêmio da China, mesmo que chegasse em segundo. Mas pagou caro pela inexperiência: em Xangai, errou muito e parou na entrada dos boxes. Na última prova, em São Paulo, falhou logo na primeira volta, perdeu muitas posições e chegou na sétima posição, vendo o finlandês Kimi Raikkonen vencer a prova e sagrar-se campeão.

Há quem compare Hamilton ao time do Botafogo neste ano, que acabou falhando em momentos decisivos. Prefiro compará-lo a Jade Barbosa, por seu talento e inexperiência. Assim como a ginasta deu a volta por cima no dia seguinte a uma grande falha, o piloto pode muito bem fazer o mesmo no próximo ano. É só botar a cabeça no lugar, pois talento ele tem.

21.10.07

Ginasta é convidada para o revezamento da tocha olímpica... Mas pode não participar



A ginasta Jade Barbosa, ganhadora de três medalhas nos Jogos Pan-Americanos e terceira colocada no individual geral no Mundial de Ginástica Artística deste ano, foi escolhida por voto popular (promovido por um dos patrocinadores oficiais dos Jogos Olímpicos de Pequim) para participar do revezamento da tocha olímpica em 11 de abril do próximo ano, em Buenos Aires - mas corre o risco de não poder participar. O motivo: no mesmo dia, está marcada uma etapa da Copa do Mundo, na cidade alemã de Cottbus. Essa etapa, além de preparatória para as próprias Olimpíadas, é importante para efeito de classificação para a Superfinal, em dezembro de 2008.

Ela tinha concorrido com o nadador Thiago Pereira, ganhador de várias medalhas de ouro no Pan, e ganhou por larga margem de votos (recebeu mais de cem mil). A empresa que patrocina o revezamento e que promoveu o concurso informou que está analisando o assunto (fonte: Lancenet!).

29.9.07

Pré-Olímpico feminino de basquete: Acabou a brincadeira. Agora, é pra valer

O Brasil venceu suas partidas na primeira fase do Pré-Olímpico Feminino de Basquete das Américas, que está sendo disputado na cidade chilena de Valdivia. Só teve um pouco de dificuldade na estréia, contra a Argentina, quando venceu por 72 a 62 - o que não é novidade, visto que no Mundial do ano passado, em São Paulo, também na primeira partida, as brasileiras venceram por apenas dois pontos de diferença. Os dois jogos seguintes foram bem mais fáceis: o Brasil derrotou o anfitrião Chile por 104 a 60 e o México por 119 a 44.

Com a classificação para as semifinais, o Brasil garantiu, na pior das hipóteses, uma vaga no Pré-Olímpico Mundial, no próximo ano. Agora, as brasileiras enfrentarão Cuba, segunda colocada do Grupo B - cuja seleção primeira colocada, os Estados Unidos, enfrentará a Argentina na outra semifinal.

O Grupo A foi tão fácil que muitos o encararam até com certa preocupação. O outro grupo tinha apenas a Jamaica como uma seleção fácil de ser batida (o Canadá acabou em terceiro). Enfrentando as cubanas, a seleção brasileira terá seu primeiro grande teste na competição.

Apenas a seleção campeã garante vaga automática nas Olimpíadas de Pequim. As demais semifinalistas disputarão o Pré-Olímpico Mundial.

19.9.07

Pode Derly ser o maior judoca brasileiro da História? Potencial ele tem



No último final de semana, no Mundial do Rio, o judoca João Derly sagrou-se o primeiro brasileiro bicampeão mundial da modalidade, na categoria até 66 quilos. Desta forma, ele garantiu vaga nas Olimpíadas de Pequim, no ano que vem (já que tinha conquistado também o ouro no Pan).

Desta forma, ele se torna também a grande esperança de ouro olímpico na capital chinesa (visto que Tiago Camilo, também campeão mundial e pan-americano, ainda não obteve vaga pois ainda enfrentará numa seletiva Flávio Canto, que não disputou o Mundial por estar contundido). Caso alcance esse objetivo, será que Derly já pode ser considerado o melhor judoca brasileiro de todos os tempos, visto que o gaúcho seria o atleta deste esporte com os melhores resultados?

Pode ser que sim. Potencial pra isso, ele tem. Mas o fato é que o nosso judô nunca esteve tão bem (principalmente no masculino; as mulheres não conseguiram medalhas no Mundial). Isso se deve a um trabalho sério e que visa a popularizar a modalidade - pelo visto, os atuais dirigentes têm tudo para conseguir. Por um simples motivo: nunca tantos judocas serviram de exemplo para a prática esportiva. E João Derly encabeça essa nobre lista.

15.9.07

Mundial de Judô já é o melhor do Brasil



Está em curso na Arena Olímpica do Rio (terminará no próximo domingo) o 25º Campeonato Mundial de Judô, organizado pela Federação Internacional da modalidade.

Talvez aproveitando ao máximo o fato de competir em casa pela segunda vez (a primeira foi em 1965, também no Rio), o Brasil já faz sua melhor edição neste esporte, em todos os tempos. Ainda chegamos à metade e já temos três medalhas (duas de ouro e uma de bronze), todas no masculino.

No primeiro dia, na categoria até 100 quilos, Luciano Corrêa conquistou o título mundial ao derrotar o britânico Peter Cousins. Na categoria com mais de 100 quilos, João Gabriel Schlittler ficou com o bronze, dividindo-o com o georgiano Lasha Gujejiani. O ouro ficou com o francês Teddy Riner, e a prata com o russo Tamerlan Tmenov.

Nesta sexta, na categoria até 81 quilos, Tiago Camilo confirmou sua grande fase e conquistou o ouro, derrotando na final o francês Anthony Rodriguez. A campanha de Camilo foi espetacular: sete lutas, sete vitórias por ippon (a pontuação máxima no judô).

9.9.07

Evolução brasileira comprovada no Mundial de Ginástica



Encerrou-se neste domingo a 40ª edição do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em Stuttgart, na Alemanha.

O Brasil confirmou sua evolução em alguns aspectos. Nas equipes femininas, o país acabou na quinta posição, sua melhor colocação na história da competição. Além disso, pela primeira vez uma ginasta brasileira obteve medalha no individual geral - Jade Barbosa conquistou o bronze.

No masculino, a evolução não foi tão grande - a equipe não conseguiu colocação suficiente para levar uma equipe inteira ou mesmo dois atletas às Olimpíadas de Pequim, devendo levar somente um atleta. Menos mal que Diego Hypolito conseguiu seu segundo título mundial no solo (o primeiro tinha sido em 2005).

Encerrados os Jogos do Pacífico Sul. E a campeã do quadro de medalhas é...


...mais uma vez, a Nova Caledônia. A colônia francesa, líder histórica de medalhas da competição (e que, curiosamente, não é filiada ao Comitê Olímpico Internacional), foi mais uma vez a grande vencedora, com 90 medalhas de ouro, 68 de prata e 66 de bronze - seguida de longe pelo Taiti, segundo colocado com 44 ouros, 118 medalhas no total. A anfitriã Samoa ficou com 43 ouros (127 medalhas no total), em terceiro lugar, sendo a melhor entre as filiadas ao COI.

Agora, um parêntese para o futebol: no masculino, Nova Caledônia (ouro), Fiji (prata) e Vanuatu (bronze) se classificaram para a Copa das Nações da Oceania, onde enfrentarão a Nova Zelândia - a seleção campeã garantirá vaga na Copa das Confederações de 2009 e enfrentará o quinto colocado da Ásia na repescagem das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Já no feminino, a campeã Papua Nova Guiné enfrentará as neozelandesas na luta por uma vaga nas Olimpíadas de Pequim.

2.9.07

Mundial de Atletismo: Só uma medalha, mas uma pequena evolução brasileira


Encerrou-se neste domingo a 11ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo, que foi realizada neste ano em Osaka, no Japão.

Como esperado, os Estados Unidos dominaram o quadro de medalhas, com 14 de ouro, 26 no total - nove douradas a mais que o Quênia, segundo colocado. Apesar de ter conquistado uma única medalha (a prata no salto triplo, com Jadel Gregório), ficando em 28º no geral, o Brasil apresentou alguma evolução, principalmente em relação ao Mundial de 2005, em Helsinque.

Naquela ocasião, o Brasil não conseguiu medalha alguma. Neste ano, porém, o país se classificou em um maior número de finais, além de levar mulheres a decisões pela primeira vez, em modalidades como os saltos com vara, o triplo e em distância.

A próxima edição do Mundial de Atletismo será disputada em agosto de 2009, em Berlim, na Alemanha.

1.9.07

Nada mais previsível



Como esperado, Estados Unidos (135 a 91 em Porto Rico) e Argentina (91 a 80 no Brasil) decidirão o Pré-Olímpico das Américas de basquete masculino, garantindo vagas nas Olimpíadas de Pequim.

Isso, para falar a verdade, estava previsto desde as semifinais do Mundial do ano passado, no Japão. O campeão mundial garante vaga no torneio olímpico de basquete, e dois europeus decidindo a competição (a Espanha derrotou a Grécia e se classificou para os Jogos) eram um indício de que o Brasil teria, no mínimo, muito trabalho para romper o jejum de participações olímpicas (a última participação foi em 1996, em Atlanta).

Não deu outra. No Pré-Olímpico das Américas, prevaleceu a lógica: as duas melhores seleções de basquete do continente se classificaram. Os norte-americanos, que levaram os astros da NBA (queriam se classificar o quanto antes), e os argentinos (que colhem há anos os frutos de um excelente trabalho - foram vice-campeões mundiais em 2002 e são os atuais campeões olímpicos - e têm, como se pode perceber, uma seleção reserva melhor que os titulares do Brasil...) fizeram por merecer estas vagas.

Agora, só resta-nos disputar o Pré-Olímpico Mundial, que será disputado em julho próximo, em local a ser definido pela FIBA. Serão doze seleções (além do Brasil, representarão as Américas o Canadá e Porto Rico), e os três primeiros garantirão as últimas vagas. Se houver mudanças radicais (o técnico Lula Ferreira sair, a CBB ter mais responsabilidade e menos politicagem, nossos jogadores treinarem as jogadas e colocarem a cabeça no lugar, entre outras coisas...), o Brasil terá boas chances de classificação. Senão, só restará a nós esperar por 2012.

23.8.07

Há 20 anos, a vitória que mudou a história do basquete



Nesta quinta-feira, fez 20 anos que deu-se uma das maiores zebras da história do basquete, e também uma das mais importantes vitórias do esporte brasileiro em todos os tempos. No dia 23 de agosto de 1987, a Seleção Brasileira de basquete masculino, de Oscar, Marcel e companhia (uma das melhores gerações desta modalidade no país, talvez só perdendo para a bicampeã mundial em 1959 e 1963), conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, o berço deste esporte, ao derrotar os donos da casa por 120 a 115.

Esta tinha sido a primeira derrota da seleção norte-americana em seus domínios, em qualquer competição, além de ter sido a primeira vez em que os Estados Unidos sofreram mais de cem pontos numa única partida. O Brasil conquistou sua segunda medalha de ouro no basquete masculino num Pan (o primeiro tinha sido em 1971; depois, conquistaria mais três, em 1999, 2003 e 2007). Mas a importância maior deste surpreendente desfecho se deu fora das quadras.

Naquela época, havia uma espécie de cisão entre a NBA (que gere a milionária liga norte-americana) e a FIBA (a instância máxima do basquete no planeta), que proibia os participantes da liga de disputar competições internacionais de seleções, além de ter regras diferentes. Resultado: os norte-americanos, mesmo em Olimpíadas e Mundiais, jogavam com seus universitários. Depois da derrota de Indianápolis e da eliminação nas semifinais do torneio olímpico de Seul, no ano seguinte, os Estados Unidos perceberam que perderiam rapidamente a supremacia no basquete jogando apenas com amadores e universitários...

Um acordo entre NBA e FIBA, com as bênçãos do COI (interessado na mais crescente profissionalização olímpica), possibilitou a participação de profissionais no basquete desde as Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Ou seja, as pessoas que se encantaram com o Dream Team de Jordan, Johnson, Bird etc. (e não foram poucas!) podem agradecer à Seleção Brasileira campeã pan-americana em Indianápolis.

Para ter-se uma idéia da marca que foi aquela partida, os Estados Unidos só voltariam a perder em casa numa competição oficial 15 anos depois, no Mundial de 2002, também em Indianápolis... De todo modo, guardadas as devidas proporções, o dia 23 de agosto de 1987 representa para o basquete norte-americano o mesmo que o dia 16 de julho de 1950 é para o futebol brasileiro.

22.8.07

A mais exótica das competições continentais



Começa no próximo sábado (indo até 8 de setembro), em Ápia, capital de Samoa, a 13ª edição dos Jogos do Pacífico Sul, a maior competição polidesportiva da Oceania (mesmo sem contar com a participação da Austrália e da Nova Zelândia, que além das Olimpíadas disputam somente os Jogos da Comunidade Britânica).

Serão disputadas 33 modalidades, a maioria delas pertencente ao programa olímpico, outras não-olímpicas (como o fisiculturismo, o críquete, o golfe, a bocha, o surfe e o rúgbi) e outras estranhas a nossos olhos, como a canoa polinésia e o netbol (esporte similar ao basquete, praticado predominantemente por mulheres e muito popular em países de colonização britânica).

Disputarão o evento, cuja primeira edição se deu em 1963 (em Suva, Fiji), 22 delegações, entre países independentes como Samoa, Fiji e Vanuatu, além de territórios e dependências - vários destes não-filiados ao Comitê Olímpico Internacional como Nova Caledônia (líder no quadro histórico com 568 medalhas de ouro, 1411 no total), Niue, Norfolk, Toquelau e as Ilhas Marianas do Norte. Não haverá competições aos sábados.

Curiosidade: o torneio masculino de futebol servirá como a primeira etapa das Eliminatórias da Oceania para a Copa do Mundo de 2010. As três seleções medalhistas enfrentarão a Nova Zelândia na Copa das Nações da Oceania de 2008, que dará à seleção campeã a vaga na Copa das Confederações de 2009, na África do Sul, além do direito de disputar a vaga para o Mundial numa repescagem contra o quinto colocado da Ásia. Entre as mulheres, o torneio de futebol valerá como classificação para o Pré-Olímpico do próximo ano.

19.8.07

Missão cumprida. Ou quase



A terceira edição dos Jogos Parapan-Americanos se encerrou hoje, no Rio, com a confirmação de duas coisas: a força do Brasil em competições paradesportivas (o país-sede foi o grande vencedor da competição, terminando em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, com 83 ouros, 228 no total; o segundo colocado foi o Canadá, com 49 ouros); e o entrelaçamento definitivo do Pan e do Parapan quanto à cidade-sede: o Comitê Paraolímpico das Américas confirmou que a sede dos Jogos Parapan-Americanos de 2011 será mesmo a cidade mexicana de Guadalajara, que também sediará o Pan no mesmo ano.

Tudo bem, mas... As cerimônias de abertura e encerramento poderiam ter sido mais bem cuidadas, isso é fato. A de abertura, no domingo passado, realizada na Arena Olímpica do Rio, foi uma cópia-carbono e em níveis reduzidos da do Pan. Os organizadores poderiam ter criado uma cerimônia mais original, enfatizando a superação dos limites. Além disso, ela foi restrita a convidados das três esferas de governo, e nem todos compareceram - pra falar a verdade, uma minoria marcou presença nas cadeiras da Arena, fazendo-a ficar quase vazia. Se não podia fazer como fariam durante a competição - ou seja, entrada franca -, pelo menos poderiam fazer os que queriam assistir trocarem alimentos não-perecíveis por convites. Não faltariam interessados, com certeza.

Com a de encerramento, realizada hoje, foi ainda pior. Anteriormente, ela estava marcada também para a Arena Olímpica do Rio. Nesta quinta-feira, porém, os organizadores a transferiram para a Vila Pan-Americana, fazendo-a ficar restrita aos atletas e às autoridades. Ou seja, fechada ao público que queria coroar a bela campanha dos nossos paratletas. Pegou mal.

Ou seja, os organizadores perderam a oportunidade de fazer dos Jogos Parapan-Americanos de 2007 ainda melhores do que foram. Mesmo assim, valeu pela força de superação de nossos atletas, que venceram todos os limites (dos físicos aos financeiros) para dar o seu recado.

17.8.07

Cadê a surpresa?

Muitos estão se surpreendendo com a ótima campanha do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos. Os organizadores e a grande maioria dos torcedores esperavam que os anfitriões brigassem, no máximo, pela terceira posição com o México. Como todas as modalidades do evento são classificatórias ou passíveis de índice para os Jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008, as grandes forças esportivas do continente (Estados Unidos e Canadá) decidiram trazer suas principais forças paradesportivas ao Rio. Mesmo assim, o Brasil está disparado na frente no quadro de medalhas (na noite da sexta-feira 17 de agosto, antepenúltimo dia de competições, o país anfitrião tinha 58 medalhas de ouro, 18 à frente do vice-líder Canadá - no total, 167 medalhas e ainda contando).

Para o Olimpismo, porém, essa grande campanha não surpreende. Pra quem não sabe, o Brasil tem grande tradição em modalidades paradesportivas. O país costuma fazer grandes campanhas em Paraolimpíadas, costumando inclusive figurar nas primeiras posições no quadro de medalhas (em 2004, nos Jogos de Atenas, o Brasil ficou na 14ª posição, com 14 ouros e 33 medalhas no total). Disputando em casa e com o apoio da torcida, então, o primeiro lugar é até natural.

Que este evento seja um divisor de águas para que aqueles que superam os limites que lhes são dados pelos fatos da vida sejam vistos com mais atenção, tanto pelo público, quanto pela mídia e os empresários interessados em atrelar suas marcas a grandes atletas - mas, acima de tudo, a grandes vencedores.

11.8.07

Pensa que acabou? Ainda tem mais por uma semana!



Pra quem estava com saudades das emoções do Pan, elas estarão de volta a partir de amanhã, até o domingo seguinte. É a terceira edição dos Jogos Parapan-Americanos, cuja cerimônia de abertura será realizada neste domingo, na Arena Olímpica do Rio. Todas as suas competições serão classificatórias para as Paraolimpíadas de Pequim, no ano que vem.

Esta é a terceira edição do Parapan, e é a primeira realizada na mesma cidade-sede e logo em seqüência ao Pan (a primeira edição, em 1999, foi na Cidade do México; a segunda, em 2003, foi em Mar del Plata, na Argentina), usando as mesmas instalações - procedimento semelhante ao que é feito em nível mundial desde 1988, e que deverá ser adotado pelo Comitê Paraolímpico das Américas deste ano em diante.

Serão dez modalidades, praticadas por atletas portadores de diferentes tipos de deficiência. O Brasil, país de forte tradição no paradesporto, deverá lutar pela liderança no quadro de medalhas. E o melhor de tudo: a entrada para todas as provas é franca, obedecendo à ordem de chegada. Vamos prestigiar nossos atletas paradesportivos.

8.8.07

Falta um ano. E está quase tudo pronto



Nesta quarta-feira, falta exatamente um ano para a cerimônia de abertura dos Jogos da XXIX Olimpíada, a realizar-se em Pequim, na China.

Confirmando o alto poderio e a grande eficiência dos chineses, os locais de competições estão quase prontos - a ponto de as autoridades quase mandarem os operários maneirarem nas obras de construção, ou haveria altos custos de manutenção até agosto do ano que vem.

Mas, claro, isso tem um lado excelente: os eventos-teste poderão ser realizados com calma, ao contrário da quase-correria das vésperas do Pan do Rio, por exemplo. Passando, inclusive, pelos imprescindíveis testes do esquema de segurança. Que a atmosfera olímpica pequinesa seja semelhante à pan-americana carioca em seu alto astral, a despeito da falta de democracia no país asiático...

Mas há um risco de as Olimpíadas de Pequim se igualarem ao Pan do Rio num aspecto negativo: o tempo ruim. Neste verão chinês, na mesma época em que serão realizados os Jogos, houve temporais fortes e até chuvas de granizo. Quem viu o Pan sabe que esportes e chuva não combinam. O softbol que o diga... Que o estádio da modalidade tenha, pelo menos, uma boa drenagem.

30.7.07

Até 2011, Pan!



Neste domingo, encerrou-se a 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos. A edição carioca do evento (considerada pelo presidente da ODEPA a maior de todos os tempos) teve seus altos e baixos, como toda grande competição esportiva. Como o esperado, o Brasil teve sua melhor participação na história do evento, com 161 medalhas - 54 de ouro.

Claro, ainda temos um longo caminho a percorrer até que venhamos a nos tornar uma potência olímpica. Mas estamos no caminho certo - e este Pan que se encerrou pode ter sido o empurrão que faltava para consolidar o interesse geral pela prática esportiva.

O Olimpismo dá os parabéns a nossos atletas e avisa que não parará por aqui. Acompanhará o Parapan do Rio, de 12 a 19 de agosto. Se possível, acompanhará os Jogos do Pacífico Sul de Ápia, em Samoa. Além dos preparativos para as Olimpíadas de 2008, em Pequim.

28.7.07

Pan do Rio, o Pan do frio

Contrariando previsões que afirmavam clima ameno para o mês de julho de 2007 (apesar de estarmos na época do inverno), os Jogos Pan-Americanos do Rio terminam debaixo de uma onda de frio que não combina com a cidade-sede. Ressalte-se: foram poucos os momentos de céu aberto durante o período de disputa dos Jogos. As chuvas atrapalharam muitas competições realizadas a céu aberto - inclusive, cancelando as finais do softbol (o ouro foi para os Estados Unidos, único país que tinha garantido vaga na final) e adiando as finais do tênis masculino para o último dia de competições.

Para o Olimpismo, nenhuma surpresa. O mês de julho, pelo que foi mostrado, não é adequado para um grande evento como o Pan - só foi escolhido pelos organizadores por causa das férias escolares. Para um país como o Brasil, o mais adequado seria o mês de outubro ou novembro, uma época menos chuvosa. Em Olimpíadas, é comum os organizadores marcarem em datas que não sejam julho ou agosto - a Austrália que o diga. Os Jogos de 1956, em Melbourne, começaram em novembro; os de 2000, em Sídnei, em setembro.

A próxima edição do Pan, em 2011, na cidade mexicana de Guadalajara, deverá ser marcado para ocorrer de 14 a 30 de outubro - uma época em que os grandes atletas não deverão estar ocupados com outras competições, classificatórias para as Olimpíadas de Londres. O que poderia ter sido feito, perfeitamente, pelos organizadores cariocas.

27.7.07

Fantasma exorcizado. Mas calma, gente, ainda não acabou

A Seleção de vôlei masculino derrotou a Venezuela por três sets a zero (30/28, 25/18 e 25/16), classificou-se à final do torneio pan-americano contra os Estados Unidos, que eliminaram Cuba na outra semifinal, e coroaram um brilhante dia para o Brasil na competição (foram cinco medalhas de ouro, incluindo o tricampeonato por equipes na ginástica rítmica e a quebra de um longo jejum: o ouro no boxe depois de 44 anos).

Mas o Brasil, talvez assustado com a derrota sofrida para os próprios venezuelanos também numa semifinal, no Pan de 2003, começou mal a partida. A Venezuela jogou melhor no primeiro set, ficando quase o tempo todo à frente - chegou a ganhar por 23 a 18. Mas os brasileiros reagiram, e venceram por incríveis 30 a 28.

Com essa vitória, os brasileiros se soltaram e dominaram as ações da partida. Tanto que venceram os dois sets seguintes até com certa tranqüilidade.

O Brasil chega à final sem perder período nenhum, disposto a acabar com o jejum pan-americano que já dura 24 anos - além disso, este é o único título que o Brasil ainda não ganhou na Era Bernardinho. O Brasil mostra que não sente tanta falta assim do levantador Ricardinho, cortado às vésperas do Pan por desentendimentos de longa data com o treinador. Mas os norte-americanos, pelo que vêm mostrando no Rio, são osso duro de roer. Vale lembrar que, nessa mesma era (desde 2001), o Brasil perdeu grande parte das finais que disputou em casa - inclusive uma de Copa América, para os próprios Estados Unidos. Ou seja, muito cuidado.

Ela, a vaia

Os Jogos Pan-Americanos do Rio, por representarem um raro evento esportivo de alto nível em território brasileiro, vêm se notabilizando pela intensa participação da torcida nacional - para o bem e para o mal.

Se os nossos torcedores têm ampla participação na excelente campanha brasileira nas competições, fazendo com que o Brasil tenha sua melhor participação na história do Pan (estamos lutando pelo segundo lugar no quadro geral de medalhas com Cuba, o que era inimaginável até então), com incentivos efusivos, eles também atrapalham muito com um ingrediente incômodo: a vaia.

As vaias estão em voga desde a cerimônia de abertura, usada como sinal de protesto contra a situação política do país - mas agora ela é usada como uma constrangedora arma de intimidação. A monocultura futebolística da população brasileira (que costuma separar a Humanidade entre amigos e inimigos), combinada aos poucos acontecimentos esportivos no país e às rivalidades adquiridas, provoca esse tipo de coisa.

Somente um largo período de educação e noções de respeito com uma maior constância de eventos esportivos pode mudar essa situação. Senão, fica difícil não se envergonhar.

26.7.07

O Maraca é delas

Com um show de Marta, a melhor do mundo, o Brasil conquistou merecidamente a medalha de ouro no futebol feminino ao golear a seleção Sub-20 dos Estados Unidos por 5 a 0, hoje à tarde, no Maracanã, para delírio da torcida que compareceu hoje em grande número no estádio.

O resultado coroou uma campanha impressionante, talvez a melhor obtida por uma seleção gerida pela CBF em todos os tempos. Seis vitórias em seis jogos, 33 gols marcados e nenhum sofrido.

Agora, resta à própria CBF e àqueles que investem no futebol olharem com mais cuidado para o futebol feminino. Fazendo mais investimentos e promovendo campeonatos, como a incipiente Liga Nacional, realizada neste ano e que teve o Santos como campeão. A Conmebol também poderia promover um Sul-Americano de clubes no feminino.

O nosso futebol tem potencial entre as mulheres. Resta um empurrãozinho pra que as coisas engrenem e ele possa crescer definitivamente.

22.7.07

Calma, pessoal

O pessoal que disputa e o que assiste às competições dos Jogos Pan-Americanos parece estar sofrendo de uma crise de ansiedade incontrolável. Só isso pra explicar as confusões que têm acontecido nesses últimos dias.

O público espectador não colabora muito, é verdade. A vaia com motivos vazios, logo em momentos em que os atletas devem estar concentrados, é indesculpável. Mas os atletas têm sua parcela de culpa, com provocações sem sentido.

Hoje ocorreram os mais graves entreveros entre atletas e torcedores deste Pan. O primeiro foi na final do handebol masculino, em que o Brasil se sagrou bicampeão ao derrotar a Argentina por 30 a 22. Nos segundos finais do jogo, houve uma pancadaria entre jogadores dos dois times. Os motivos são desencontrados, mas o fato é que a cena é lamentável.

À tarde, mais confusão, desta vez no judô, e envolvendo diretamente torcedores. Na final feminina da categoria meio-leve, uma decisão polêmica da arbitragem causou a derrota da brasileira Erika Miranda para a cubana Sheila Espinosa. A torcida protestou atirando objetos contra a arbitragem, que se retirou momentaneamente do local. As provocações entre torcedores dos dois países causaram uma briga generalizada nas arquibancadas destinadas aos convidados. Os ânimos se arrefeceram mais tarde.

Pessoal, esporte tem coisas que não nos agradam às vezes. Só resta, a nós, aceitar as adversidades.

21.7.07

País do futebol, do judô, da natação...




Nesta sexta-feira, o Brasil deu uma boa disparada no quadro de medalhas ao conquistar quatro ouros (dois na natação, com Thiago Pereira nos 200 metros quatro estilos, além da equipe do revezamento 4x100, e dois no judô, com Tiago Camilo e Edinanci Silva) e várias conquistas surpreendentes, como a prata da judoca Mayra Aguiar Silva (foto), de apenas 15 anos, e o bronze da nadadora Monique Ferreira nos 200 metros livre.

Apesar do nível técnico mais baixo do que de um Mundial ou de uma Olimpíada, os nadadores brasileiros fazem excelente campanha nas piscinas cariocas. Thiago Pereira se destaca por ser o nadador brasileiro de resultados mais convincentes da atualidade. Com as vitórias de hoje (ele recebeu a medalha do revezamento como reserva, pois nadara nas eliminatórias), chegou a cinco ouros e bateu o recorde brasileiro de número de medalhas de ouro numa única edição do Pan (batendo a marca de Fernando Scherer, de 1999, em Winnipeg) e ainda igualou a marca do maior nadador de todos os tempos, Mark Spitz (que ganhou cinco ouros em 1967, na mesma cidade canadense). E vem mais por aí...

O judô confirma sua tendência de ser um esporte altamente medalhista para o Brasil, não importando a competição. À prata e ao bronze de quinta-feira, juntaram-se os dois ouros, a prata e o bronze (este, conquistado por Luciano Correia) desta sexta, fazendo o Brasil ultrapassar o Canadá na terceira posição no quadro geral de medalhas.

E não parou por aí: os esportes coletivos femininos obtiveram grandes resultados nesta sexta. O futebol garantiu o primeiro lugar no seu grupo ao golear impiedosamente o Canadá por 7 a 0, com cinco gols de Marta, no Maracanã. Já o basquete estreou com uma vitória de 81 a 69 sobre a Jamaica.

20.7.07

Mas o que há com o vôlei feminino?

Ontem, o Brasil perdeu por 3 a 2 para Cuba, na decisão do vôlei feminino. Foi um jogo equilibrado em que qualquer um poderia ter vencido, e a vitória cubana foi justa pelo que elas jogaram, demonstrando força e superação. Mas as brasileiras perderam umas sete chances de fechar a partida e conquistar o ouro (a maioria delas ainda no quarto set), muito por causa de erros bobos. Isso já tinha ocorrido na semifinal olímpica de 2004 contra a Rússia, de tão triste memória. Na final do Mundial de 2006, outra derrota de 3 a 2 para a mesma Rússia, pensava-se que isso tinha mudado - afinal de contas, não houve demonstrações de nervosismo naquela ocasião. Teria a nossa seleção de vôlei feminino regredido emocionalmente?

Não é questão de comando técnico - mesmo quando Bernardinho era o técnico, já havia isso. Seria complexo de vira-latas?

Vamos nos lembrar que o futebol também padecia disso, até ser campeão mundial em 1958. Depois, decolamos no nosso esporte mais popular. Esperemos que o vôlei feminino também tenha esse fenômeno. Afinal de contas, o masculino também demorou para ganhar um título de expressão em nível mundial (depois dos vices mundial em 1982 e olímpico em 1984 - a Geração de Prata - o Brasil só seria ouro em 1992, com o mesmo José Roberto Guimarães, atualmente na seleção feminina, como técnico).

18.7.07

O melhor dos dias... e também o pior deles

Depois de uma segunda-feira sem medalhas, o Brasil teve uma terça-feira esportivamente esplendorosa no Rio de Janeiro. Foram nada menos que 18 medalhas (seis delas de ouro, quatro na ginástica artística e duas na natação) e o salto para o terceiro lugar no quadro geral de medalhas, só atrás de Estados Unidos e Cuba.

Os grandes destaques foram o nadador Thiago Pereira (vencedor e recordista pan-americano dos 400 metros livre, e um dos integrantes do revezamento 4x200 livre, que derrotou os norte-americanos pela primeira vez nesta prova em um Pan, também batendo o recorde pan-americano) e os ginastas Diego Hypolito (ganhador de dois ouros, no solo e no salto sobre a mesa, tornando-se o primeiro homem brasileiro a ser campeão pan-americano nesta modalidade), Jade Barbosa (que superou a decepção do dia anterior, quando falhou nas barras assimétricas que lhe dariam medalha no geral, mas foi ouro no salto sobre a mesa nesta terça) e Mosiah Rodrigues (o mais experiente da ginástica masculina, que ganhou um inesperado e merecido ouro na barra fixa).

Porém, o que era pra ter sido um dia de festa para o nosso esporte tornou-se um dia trágico para a aviação brasileira, com o acidente do jato da TAM no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo - no que pode ter se tornado o mais grave acidente aéreo da História brasileira. O Olimpismo se solidariza, por meio desta mensagem, aos familiares e amigos das vítimas da tragédia.

15.7.07

Pan 2007: O Brasil em seus primeiros dias contando com as próprias forças

Nos dois primeiros dias de competição oficial nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil está dentro de suas previsões (apesar de ter conquistado apenas uma medalha de ouro, com Diogo Silva no taekwondo).

Algumas conquistas são de certa forma surpreendentes, como a prata conquistada pela ciclista Ana Flávia Sgobin no ciclismo BMX (depois de ficar três anos fora do esporte por motivos pessoais, ele teve apenas dois meses para treinar para o Pan) e o bronze de Juraci Moreira Júnior no triatlo (visto que os atletas da modalidade envelheceram e não há renovação neste esporte). Além disso, houve o bronze no adestramento do hipismo, mesmo com o corte de um atleta por intoxicação alimentar, e a substituição por uma jovem de 15 anos. A medalha rendeu vaga para as Olimpíadas de Pequim.

Isso mostra como o brasileiro precisa de incentivo para crescer. Capacidade de superar desafios e atingir metas, ele tem.

13.7.07

É hoje!

Nesta sexta-feira, começa oficialmente a 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos. E a sua cidade-sede, o Rio de Janeiro, poucas vezes em sua história recente viveu uma onda tão grande de euforia - com a própria realização do Pan e também com a escolha do Cristo Redentor como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.

E a hospitalidade do carioca, combinada à boa fase presente de sua cidade, promete fazer desses dias inesquecíveis para aqueles que fazem do esporte a sua vida. Que comecem os Jogos!

2.7.07

Demorou, mas valeu a pena



No último sábado, foram inaugurados dois importantes locais de competição dos Jogos Pan-Americanos do Rio: o Maracanãzinho reformado, que se tornou o segundo mais moderno ginásio do país (o primeiro, evidentemente, é a Arena Olímpica do Rio, que deverá ser inaugurada neste final de semana); e o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão.

Poderia ser melhor - levando-se em consideração que as duas obras demoraram muito mais tempo para serem concluídas que o esperado, tanto por causa de falta de sintonia entre as três esferas de governo (algo, infelizmente, muito comum no Brasil), quanto por trapalhadas mesmo (como no caso da reforma do Ginásio Gilberto Cardoso, que demorou mais de quatro anos por causa da falência da empreiteira responsável pela obra - o que fez com que o Mundial de Basquete Feminino de 2006 tivesse que ser transferido para o repleto de goteiras ginásio do Ibirapuera, em São Paulo).

O prolongamento das obras - assim como o seu conseqüente superfaturamento - será avaliado pelos órgãos competentes. De todo modo, só resta-nos curtir o legado que tais obras terão que nos deixar, em relação ao desenvolvimento do esporte. E os eventos que tais arenas certamente nos credenciarão a sediar (como os Mundiais de Judô em setembro deste ano, e de Futsal no fim do ano que vem - e outros ainda virão).

5.6.07

A chama do Pan 2007 e a logomarca das Olimpíadas de 2012



Ao mesmo tempo em que a chama pan-americana, acesa ontem no México, chega ao Brasil e começa a sua jornada até o Rio, foi divulgada ontem a logomarca oficial dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.

À primeira vista, a logomarca (que, segundo seus criadores, visa a conquistar a juventude através do espírito de interatividade que dá a entender) é bem estranha. Muitos a acharam horrível. Eu não diria tanto a respeito disso.

As logomarcas de cada grande competição polidesportiva remetem à cultura de cada país e costumam causar estranheza inicial. O logotipo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, por exemplo. Demorou um tempo para que fosse ser assimilado. Hoje é sucesso - muito por causa da mensagem dita, muito por causa do costume adquirido em vê-lo quase todos os dias, em peças publicitárias. Isso pode muito bem acontecer com o logotipo dos Jogos de Londres.

E ainda há a vantagem da alta usualidade - pela primeira vez, o mesmo símbolo será usado tanto nas Olimpíadas quanto nas Paraolimpíadas. A única diferença será a substituição do símbolo do COI (o dos cinco anéis) pelo do Comitê Paraolímpico Internacional. Aliás, há um alto intercâmbio entre os comitês organizadores dos Jogos e dos Parajogos: em 2007, por exemplo, a mascote será a mesma, tanto no Pan quanto no Parapan do Rio.

Falando em mascotes, principalmente depois da divulgação da logomarca, há uma grande expectativa quanto à mascote dos Jogos de Londres. A maior de todas foi o ursinho Mischa, dos Jogos de Moscou, em 1980. A última mascote olímpica com algum carisma foi o cachorrinho Cobi, das Olimpíadas de Barcelona, em 1992... Desde então, mascotes insípidas e perfeitamente esquecíveis.

20.5.07

Jadel Gregório bate recorde de 32 anos

O saltador Jadel Gregório bateu hoje, no GP Brasil de atletismo, em Belém, o recorde sul-americano do salto triplo, que havia sido estabelecido nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México.

A marca anterior era de 17,89 metros e pertencia a João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, e foi recorde mundial durante dez anos. Gregório superou em um centímetro a marca histórica, chegando a 17,90 metros. Com o feito, Gregório se firma como um dos grandes favoritos ao ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho. Além disso, é uma das grandes esperanças brasileiras de medalha no Mundial de Atletismo, que será disputada na cidade de Osaka, no Japão, em setembro deste ano, e nas Olimpíadas de Pequim, no próximo ano.

A prata da etapa de Belém ficou com o cubano Osniel Tosca (17,35 m) e o bronze com outro brasileiro, Leonardo dos Santos (16,75 m).

8.5.07

Futebol no Pan: Bem que poderiam facilitar...

Foi anunciado ontem pelo Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 (CO-Rio) que, devido ao aumento do número de participantes do torneio de futebol feminino de 8 para 10, este torneio terá que se iniciar dois dias antes da cerimônia de abertura, que será no dia 13 de julho.

Provavelmente, o regulamento terá dois grupos de cinco equipes cada. Mas a coisa poderia ser mais facilitada, sem a necessidade de "alongar" o torneio. As dez seleções poderiam ser divididas em três grupos: um de quatro e dois de três equipes cada. Os dois primeiros do grupo de quatro e o primeiro de cada um dos grupos de três se classificaria para as semifinais.

O amigo leitor deve achar tal coisa muito estranha e injusta, visto que algumas seleções teriam que jogar três partidas e outras, duas na primeira fase. Mas houve precedentes. Nas Olimpíadas de 2004, por exemplo.

No torneio de futebol feminino dos Jogos de Atenas, também houve dez seleções. Inicialmente, a idéia seria também dividi-las em dois grupos de cinco. Depois, mudaram de idéia e dividiram-as em três grupos. Mas, ao invés de quatro classificados (o que seria o correto), foram oito! Ou seja: três seleções do grupo de quatro, os dois primeiros dos grupos de três... e o último colocado de melhor campanha do grupo de três. Ou seja, uma bizarrice só. Felizmente, esse regulamento não será mais repetido (a partir de 2008, o Torneio Olímpico de Futebol Feminino será disputado por 12 seleções).

5.5.07

Tiago Camilo muda de categoria para disputar Pan no judô

O judoca Tiago Camilo, prata nas Olimpíadas de 2000, decidiu mudar para uma categoria de peso superior para disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho. Diante do impasse da decisão de quem iria representar o país na categoria meio-médio (a disputa era entre Camilo e Flávio Canto, bronze nas Olimpíadas de 2004), o coordenador-técnico da CBJ, Ney Wilson, decidiu promover Camilo para a categoria médio, aproveitando uma vaga aberta pela contusão do médio Hugo Pessanha.

Além disso, Flávio Honorato (prata em 2000), que está fora de forma, não disputará o Pan, visando a sua preparação para o Mundial de Judô, em setembro, também no Rio (fonte: O Globo Online).

28.4.07

Ségolène Royal ameaça boicotar Olimpíadas de Pequim se chegar à presidência da França. Algo que decidirá?

A candidata do Partido Socialista à presidência da França, Ségolène Royal, declarou não descartar um boicote francês às Olimpíadas de 2008 em caso de vitória nas eleições. Seria um protesto contra os vetos da China a uma hipotética intervenção da ONU na guerra civil do Sudão, causadora dos massacres das milícias apoiadas pelo governo sudanês na região de Darfur. Uma intervenção prejudicaria os interesses chineses na região, exportadora de petróleo.

Por mais que seja condenável uma atitude de fechar os olhos para um genocídio em nome de interesses econômicos, nada justifica um boicote a uma competição esportiva. O tempo mostra que esporte e política, por mais que estejam colados um no outro, devem permanecer separados em nome da dignidade. Os boicotes dos Estados Unidos e de parte do mundo ocidental às Olimpíadas de 1980, e o troco soviético e de parte do mundo socialista quatro anos mais tarde, mostraram-se infrutíferos por privarem o mundo de grandes duelos esportivos.

Se o adversário de Royal no segundo turno, o direitista Nicolas Sarkozy, aproveitar esse deslize e intensificar sua campanha junto à comunidade esportiva, pode levar vantagem nesse disputa equilibrada pelo Palácio do Eliseu. E ele descartou qualquer possibilidade de boicote às Olimpíadas de Pequim. Algo que pode decidir esse confronto pelo voto, pelo menos entre os amantes do esporte no país.

27.4.07

Inchaço no futebol do Pan. Mas, pelo menos, houve acordo. Menos mal



Na última quarta-feira, a ODEPA anunciou que entrou num acordo com a Conmebol e a Concacaf, e aumentará o número de seleções dos torneios de futebol masculino e feminino dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Além disso, apesar da idade máxima de 20 anos (com cada seleção podendo enviar até três jogadores mais velhos), as equipes terão autonomia para enviar times na faixa que desejarem. Os sul-americanos deverão enviar times Sub-17, visando a preparação para o Mundial da Coréia do Sul.

O anúncio encerra o impasse entre as três entidades esportivas, que divergiam quanto à idade máxima do torneio de futebol do Pan (a ODEPA e a Concacaf queriam seleções pré-olímpicas, até 22 anos; a Conmebol queria equipes Sub-17. A ODEPA anunciou recentemente que o Pan seria um torneio Sub-20, o que desagradou à FIFA, que organizará o Mundial da categoria no Canadá, na mesma época). Mas evidencia a falta de critério e de padronização do esporte mais popular do planeta no maior evento esportivo das Américas. Poucas vezes, desde que o torneio nasceu, em 1951, uma edição teve regulamento igual a outra. Nas Olimpíadas, por exemplo, o número de seleções é o mesmo (16) desde 1960. Houve uma exceção em 1976, com 14 equipes, mas apenas isso.

Tanto no masculino quanto no feminino, estava prevista a participação de oito seleções no futebol do Pan de 2007. Agora, serão 12 no masculino (Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Estados Unidos, Jamaica, México, Costa Rica, Haiti e Honduras) e 10 no feminino (Brasil, Estados Unidos, Jamaica, Panamá, México e Canadá já estão garantidos. As outras equipes sul-americanas ainda não estão definidas, mas se for levada em consideração a classificação no Sul-Americano do ano passado, serão Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador). Ou seja, toda a tabela terá que ser refeita. E isso a menos de três meses da abertura, em 13 de julho.

Se levarmos em consideração que o presidente da ODEPA disse que tiraria o futebol do Pan se não fosse no Brasil, o anúncio pode ser considerado lucro.

26.4.07

Atraso é ruim. Mas quem nunca atrasou?

Os atrasos nas obras de construção e reforma das instalações para os Jogos Pan-Americanos do Rio são motivos (justos, ressalte-se) de críticas dos especialistas, além de não resultarem em benefícios para a população da cidade, em relação às promessas de melhorias na infra-estrutura - o que pode prejudicar o país numa eventual candidatura olímpica, além de atrapalhar o país na luta para sediar a Copa do Mundo de 2014. Mas isso não pode ser considerado exceção numa grande competição polidesportiva. Pelo contrário: é mais comum do que se imagina.

Os críticos da organização carioca podem citar os preparativos de Pequim para sediar as Olimpíadas de 2008, cujas obras estão quase prontas faltando mais de um ano para seu início, em 8 de agosto do próximo ano. Mas o poderio chinês é algo excepcional, visto que o país mais populoso do planeta cresce econômica e politicamente a olhos vistos. Claro que isso iria influir em excelência na organização, típico de quem quer ser visto como o mais poderoso do mundo no futuro.

Em competições polidesportivas, é comum haver atrasos nas obras de construção. Não é preciso voltar muito no tempo para comprovar isso, uma vez que a busca pela perfeição pode implicar em alguns problemas. As Olimpíadas de 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos, notorizaram-se por ginásios e estádios construídos e/ou reformados às pressas. O Pan de Santo Domingo, em 2003, tinha obras ainda mais atrasadas que o do Rio este ano. E as Olimpíadas de Atenas, em 2004, foram organizadas em cima do laço - a estrutura da cidade só ficou pronta poucos dias antes do início dos Jogos. E eles foram sensacionalmente bem-organizados - o trânsito de Atenas é famoso por ser uma bagunça.

Os operários e organizadores do Pan do Rio (principalmente os primeiros) podem ser considerados vencedores - estão driblando falta de verba e de tempo, burocracia, protestos de todos os lados, condições insalubres... E o resultado desse esforço todo é o conjunto de arenas esportivas, aparentemente, bem acima do nível latino-americano. O Maracanãzinho, por causa de uma trapalhada do governo estadual (que não conferiu as condições financeiras da empresa que reformaria o Complexo do Maracanã, e que iria à falência poucos meses depois do início das obras), perdeu o Mundial de Basquete Feminino do ano passado, que foi para São Paulo. Em compensação, graças ao esforço dos operários, que não páram de trabalhar há meses (três turnos diários de oito horas cada), começa a ficar modernizado, em excelente nível.

A Cidade dos Esportes (nome oficial do Complexo do Autódromo) já terá utilidade após o Pan: a Arena Olímpica do Rio (que sediará basquete e ginástica olímpica) abrigará o Mundial de Judô deste ano, e o Mundial de Futsal de 2008. O Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo terão condições de sediar competições internacionais.

O problema será o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, que corre o risco de ficar sem utilidade após o Pan. A esperança é a confirmação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e a reforma (mais uma) do Maracanã para se adequar às normas da FIFA, fazendo com que os clubes cariocas passem a utilizar mais o Engenhão. Além disso, o Troféu Brasil e a etapa GP Rio de atletismo teriam o estádio como sede.

Apesar dos pesares, o "pós-Pan" terá tudo para ter mais prós que contras. Basta nossos dirigentes pensarem direito e com carinho no legado que a competição trará ao esporte na cidade.

24.4.07

Começou...

Começa hoje mais uma viagem pelas competições polidesportivas que garantem a emoção de todos. Neste ano, no Rio de Janeiro, serão disputados os XV Jogos Pan-Americanos. Em 2008, os Jogos Olímpicos de Pequim. Prometemos dar a nossos amigos leitores uma cobertura completa das grandes competições esportivas que fazem a alegria dos amantes do esporte em todo o mundo. Sejam bem-vindos!!!